Com as notícias do bombardeio russo à Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (24), praticamente todas as bolsas e índices mundiais operam e plena queda, com baixas chegando a 5% na Europa e o premarket americano caindo cerca de 2,5%.
Grandes explosões foram ouvidas em diversos locais da Ucrânia e também próximos à capital, Kiev. A tensão de um conflito militar, com isso, aumenta drasticamente, considerando que os alvos potencialmente podem ter sido civis, como o noticiário internacional reporta.
“Nesse momento, o ‘menos pior’ dos cenário é esperar que os russos façam na Ucrânia, algo similar ao feito na Criméia, quando após a ação militar plebiscitos foram a anexação junto ao país, ou até mesmo o reconhecimento de independência por lá”, analisa o , economista chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
O representante do governo de Kiev junto à Organização das Nações Unidas (ONU), Sergiy Kyslytsya, disse que o presidente russo, Vladimir Putin, “declarou guerra à Ucrânia”. Putin, por sua vez, alega que a “operação militar” tem como objetivo “proteger a população civil”.
“As sanções do ocidente serão severas ao país de Putin, com grandes restrições de comercialização, o que coloca à mesa um novo repique inflacionário. Por enquanto esse cenário é o mais provável, ao passo que apesar do temor e dos preparativos para um confronto, a OTAN que cortejou a Ucrânia não irá se dispor a defendê-la belicamente”, segue.
O único ativo que sai no positivo com o aumento da tensão entre Rússia e Ucrânia é o petróleo. A cotação do Brent, pela primeira vez em sete anos, chegou ao patamar de US$ 100 – e também o ultrapassou.
Atualmente o barril está cotado a US$ 105,90, com alta de 8,5% nas últimas 24h. O petróleo WTI não fica atrás, com alta de 8,5% aos US$ 99,93.
Na Rússia, o Moex – o principal índice acionário do país – despenca mais de 30%, saindo do patamar de 3 mil pontos para 2,1 mil pontos.
Contudo, a Bolsa de Moscou anunciou na manhã desta quinta (24) que suspendeu as negociações em todos os seus mercados “até novo aviso”.
Com tensão na Ucrânia, sanções devem aumentar
Conforme o esperado, as principais econômicas têm aumentado as suas medidas contra o governo russo desde a escalada da tensão militar.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na terça (23) “sanções muito mais duras” contra a Rússia do que as estabelecidas em 2014 depois da anexação da Crimeia.
“As sanções foram coordenadas com nossos aliados. Nós vamos bloquear duas instituições financeiras: o banco militar e o VEB. Eles [governo russo] não podem mais conseguir levantar dinheiro no Ocidente e nem vender títulos [da dívida soberana] no mercado”, disse em pronunciamento na Casa Branca.
Biden afirmou ainda que irá impor sanções à elite russa e seus familiares, que começam já nesta quarta (23).
Ainda na segunda (21), Biden assinou uma ordem executiva (equivalente a um decreto) que aplica sanções sobre as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, no leste da Ucrânia.
Já a União Europeia (UE) aprovou na terça (22) novas sanções, divulgadas no dia seguinte.
A decisão foi tomada em uma reunião em Paris dos ministros do Exterior dos 27 países do bloco. O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, disse que as sanções “vão ferir a Rússia, e muito”.
A proposta que foi, inicialmente, elaborada pela Comissão Europeia, prevê proibições de trânsito, congelamento de bens, proibição de negociação de títulos do governo da Russa, o que dificulta o refinanciamento do governo russo.
As sanções atingem centenas de indivíduos e empresas.
Com a medida, os principais alvos são os 350 membros do Parlamento russo que votaram a favor do reconhecimento de Lugansk e Donetsk como “repúblicas populares”, além de outros 27 indivíduos e entidades que “ameaçam a integridade territorial e a soberania” da Ucrânia.
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