O banco Safra divulgou, na manhã desta quinta-feira (26), um relatório com suas perspectivas atualizadas para a Rumo (RAIL3). Incorporando os resultados recentes e as novas premissas macroeconômicas do Brasil, a instituição elevou o preço-alvo da companhia para R$ 32,80, com recomendação de compra. O upside é de 70%.
Segundo o Safra, a nova análise foi baseada na renovação da concessão da Malha Paulista, incorporação dos resultados da Malha Central, mesmo que ainda em fase pré-operacional, além da oferta de ações pela qual a rumo captou R$ 6,4 bilhões.
“O caso de investimento da Rumo é sustentado principalmente por seu perfil monopolista, uma vez que as rotas ferroviárias são naturalmente definidas como monopólios“, diz a instituição. O Safra também pontua que o segmento ferroviário é altamente intensivo em capital e demanda muito know-how regulatório, o que é outra barreira de entrada relevante.
Outro aspecto importante na análise do Safra é a exposição ao setor agrícola — cerca de 80% do volume total embarcado pela empresa são produtos agrícolas. O agronegócio tradicionalmente cresce mais que o Produto Interno Bruto (PIB) do País, e registrou um avanço de 6,1% entre 2016 e 2019.
“Em nossa visão, o agronegócio deve continuar a crescer apoiado na ainda elevada disponibilidade de terras em todo o Brasil, sendo impulsionado por melhorias na produtividade operacional com o aumento da tecnologia adotada”, salientam os analistas.
O Safra, no entanto, comenta que ainda espera melhorias pela frente, sobretudo impulsionadas pelos investimentos em implementação na recém-renovada concessão da Malha Paulista, “permitindo à empresa aumentar sua capacidade por meio de ganhos de eficiência com a operação de mais vagões e maior frequência de trens”. Alguns dos gatilhos de crescimento são:
- Expansão “Lucas do Rio Verde”, que pode adicionar cerca de 13 bilhões de TKU à rede em 2025;
- Leilões que possibilitem novos projetos ferroviários;
- Início da operação da rede “Malha Central“, com cargas previstas para o primeiro semestre de 2021;
- Melhora dos resultados com menor competitividade dos caminhões no norte de Mato Grosso.
Por outro lado, existem alguns riscos. Um deles é a quebra da safra agrícola, enquanto outro é a rejeição por parte do governo para a renovação da Malha Paulista.
O preço-alvo atribuído à Rumo é derivado de uma análise de fluxo de caixa descontado, sendo que o custo médio ponderado de capital (WACC) é de 8,1%. Segundo o Safra, a empresa está sendo negociada a 11 vezes o EV/Ebitda esperado para 2021.
Última cotação da Rumo
Por volta das 12h45, as ações da Rumo eram negociadas a R$ 19,32, com uma leve alta de 0,84% no pregão desta quinta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). No acumulado de 2020, a queda dos papéis é de aproximadamente 27%.