A Rumo (RAIL3) registrou um lucro líquido de R$ 3 milhões no quarto trimestre de 2020. Esse valor é equivalente a queda de 98,5%, em relação ao mesmo período em 2019, quando havia registrado lucro de R$ 202 milhões. Já no ano de 2020, o resultado foi de R$ 305 milhões, ante o lucro de R$ 708 milhões no ano anterior, recuo de 61,2%.
Segundo o release da Rumo, o lucro em 2020 foi influenciado pelo menor Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e pelo aumento das despesas financeiras decorrentes do impacto não caixa de marcação e mercado (MTM) e das outorgas das Malhas Central e Paulista, que incorreram em mais meses em 2020 do que em 2019.
A receita líquida da Rumo atingiu R$ 1,662 bilhão no quarto trimestre, representando um leve recuo de 0,1%, Já em 2020, a receita foi de R$ 6,9 bilhões, queda de 1,7%.
O Ebitda no quarto trimestre foi de R$ 758 milhões, queda de 15,6% em relação ao mesmo período em 2019. Já no acumulado do ano, o Ebitda foi de R$ 3,6 bilhões, recuo de 4,3%, em comparação com o ano anterior quando havia registrado R$ 3,8 bilhões.
O resultado financeiro apresentou aumento de 23% em 2020, ante 2019, devido a maiores despesas com outorgas e arrendamentos operacionais. Além de alta no custo da dívida em função do aprimoramento da estimativa de mensuração do valor dos instrumentos financeiros (MTM), que trouxe efeito não caixa no valor de R$ 273 milhões.
O custo com outorgas e arrendamentos operacionais aumento R$ 200 milhões em 2020, em função da renovação da concessão da Malha Paulista.
Projeção da Rumo para 2021
Outro fator que influenciou os resultados em 2020, foi a maior concorrência com a BR-163, que foi pavimentado pelo governo federal no fim de 2019, levando a uma redução dos fretes.
Porém, no documento, o CEO da Rumo, João Alberto Abreu, aponta que de 2021, diferente do ano passado, começa “mais positivo” para empresa em função das safras recordes e melhora no cenário de competitividade. “A forte demanda por frete somada à recuperação do preço de combustíveis trouxe condições de mercado mais favoráveis para a Rumo”.
Segundo Abreu, o volume da Rumo em 2021 será sustentado pelas seguintes frentes:
- crescimento do mercado de grãos e recuperação do segmento industrial;
- ganho de market share sustentado por uma maior atratividade da ferrovia em relação a outras alternativas logísticas
- início da operação da Malha Central com grande potencial e receptividade dos clientes.
Na última sessão, quinta-feira (11), antes da divulgação do resultado, o papel da Rumo encerrou o pregão em estável a 0,00%, negociado a R$ 19,81.