Rumo (RAIL3) aumenta receita, mas lucro cai 22%; XP vê cenário de incerteza
A Rumo (RAIL3) divulgou seu balanço trimestral ao fim do pregão desta quinta-feira (12), reportando lucro líquido de R$ 314 milhões no período, ante R$ 405 milhões registrados no mesmo período do ano passado.
A concessionária de logística também reportou aumento de receitas no segundo trimestre, mas ainda assim a última linha do balanço representou uma contração no lucro. A Rumo citou, no resultado, que teve um ganho não recorrente de R$ 316 milhões no segundo trimestre de 2020, ligados à renovação da concessão da malha ferroviária paulista.
“Portanto, sem este efeito, o lucro líquido apresentou forte expansão ano contra ano”, justificou a Rumo no documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A receita líquida somou R$ 2,216 bilhões, alta de 21,2% em comparação com o ano anterior.
Essa geração de receita, contudo, também é fruto de 14% de alta nas tarifas cobradas, que, segundo a Rumo, cresceram por conta do repasse da alta no preço dos combustíveis.
Da mesma forma, o lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 1,196 bilhão, deixando uma margem Ebitda de 54%, representando crescimento de 3,3 pontos percentuais.
Ainda em meados de julho, vale frisar, o Goldman Sachs firmava uma expectativa de uma aceleração no crescimento do indicador.
“De modo geral, ainda esperamos uma inflexão significativa do Ebitda no primeiro semestre de 2021, com preços do diesel e maiores volumes de exportação de grãos levando a uma aceleração no crescimento do Ebitda,” escreveram Bruno Amorim e Joao Frizo, do Goldman Sachs.
A companhia, que é controlada pela Cosan (CSAN3), também anunciou um volume transportado de 17,9 bilhões de toneladas equivalentes (TKU), 9,1% de alta em relação a um ano antes.
XP vê trimestre forte para Rumo, mas incertezas ainda ficam no radar
Segundo a XP Investimentos, a Rumo teve “resultados fortes, embora esperados”, citando que apesar do cenário ainda incerto de 2021, foi notada uma melhora em alguns segmentos.
“Apesar do cenário de volume desafiador de 2021, notamos melhora significativa da Rumo nas tarifas ferroviárias, confirmando uma recuperação sequencial no 1S21 que deve aliviar as preocupações dos investidores acumuladas desde o fraco desempenho de tarifas em 2020. Reiteramos nossa recomendação de compra e visão positiva para a Rumo”, analisa a corretora.
Como destaque positivo, a XP destaca:
- Forte desempenho de volume em produtos industriais e contêineres
- Tarifas ferroviários com um forte desempenho confirmando uma recuperação sequencial no 1S21 versus o fraco desempenho de 2020
- Aumento do EBITDA Ajustado (recorrente) em 17% ano a ano, atingindo R$1.143 milhões
Por outro lado, cita que “o transporte de milho não só teve impacto negativo no trimestre, mas também deve impactar negativamente os resultados do segundo semestre (de acordo com a Agroconsult, espera-se que a produção e exportação de milho no Brasil caiam 20-49% ano a ano)”.
Na mesma toada, cita que os custos variáveis aumentaram 35% no período, refletindo os maiores custos com combustível (parcialmente compensados por tarifas mais altas).
Cotação de RAIL3
Após divulgar seu resultado, as ações da Rumo caem 2,35% na cotação do Ibovespa, representando queda em todas os acumulados – com baixa de 16% no anual.