As ações da Rumo (RAIL3) patinam para recuperar perdas nesta quarta-feira (28) após terem acumulado queda de mais de 8% nos últimos cinco dias. No pregão de ontem (27), os papéis fecharam com recuo de 1,43% depois de já terem amargado quedas de 2,58% e 3,25% nos dois fechamentos anteriores.
Sem grandes anúncios corporativos por parte da Rumo para serem apontados como os culpados pela queda recente, fica a dúvida: por que as ações caíram tanto?
O BTG Pactual tem alguns palpites. Em relatório divulgado ao mercado, a casa de análise listou motivos que podem explicar a performance das ações da Rumo durante a última semana.
Veja motivos dados pelo BTG
O primeiro fator de influência na queda da Rumo está relacionado à obtenção de lucros por parte dos acionistas que venderam os papéis.
As ações da Rumo subiram 19% desde o fundo em 22 de julho, devido a um aumento de confiança sobre ganhos no curto prazo, e o momento atual pode ser se migração para nomes mais fortes para o longo prazo, segundo o BTG.
A queda no preço do combustível também pode ser fator de influência.
Com a Petrobras (PETR4) fazendo sucessivos cortes nas bombas, aumentam as incertezas sobre os rendimentos da empresa de transporte ferroviário no próximo ano.
O BTG também acredita que o corte da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) nas estimativas de exportações para setembro, feito no dia de ontem, pode ter pesado na conta para os ativos da Rumo.
A Anec informou que as exportações de milho do Brasil podem totalizar 7,1 milhões de toneladas em setembro, contra 7,6 milhões esperados na semana passada, embora ainda acima das 6,9 milhões de toneladas de agosto.
Enquanto isso, os planos de iniciar as exportações de milho brasileiro para a China seguem postergados.
“Embora nossas últimas verificações de canal mostrem que as importações estão melhorando, acreditamos que o adiamento do prazo explica em parte o recente baixo desempenho”, diz o BTG.
O BTG também ponderou que investidores podem estar atentos à conclusão das obras no pedágio da BR-163, previsto para o final do ano, o que deve melhorar melhorar o nível de serviço do corredor norte, apesar do aumento dos fretes rodoviários, e impactar a competitividade do corredor sul.
A casa vê a Rumo sendo negociada a uma “atraente” taxa interna de retorno (TIR) real de 11%, excluindo o projeto Lucas do Rio Verde.
O BTG mantém recomendação de compra para as ações da Rumo, esperando um sólido crescimento para a empresa no longo prazo.