A Rumo (RAIL3), empresa de logística pertencente ao conglomerado Cosan (CSAN3), registrou uma redução de 99,6% em seu lucro líquido no quarto trimestre de 2023 (4T23). O lucro desabou de R$ 243 milhões no mesmo período de 2022 para R$ 1 milhão no ano passado. A empresa diz que a comparação com 2022 foi impactada por um evento excepcional e não recorrente: a venda dos terminais portuários T16 e T19 realizada no último trimestre de 2022.
Em contrapartida, a receita operacional líquida da Rumo no 4T23 teve um aumento de 17,8%, alcançando R$ 2,6 bilhões. Os volumes transportados pela empresa aumentaram 9,2% no trimestre, totalizando 19,6 bilhões de TKU (tonelada útil por quilômetro).
“O resultado foi impulsionado principalmente pelo crescimento das tarifas no período, reflexo da
competitividade estrutural do modal ferroviário, bem como pelo crescimento de volume transportado”, diz a empresa no resultado da Rumo.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Rumo registrou uma queda de 12,2%, atingindo R$ 1,2 bilhão no quarto trimestre. Nesse período, os custos consolidados e as despesas administrativas aumentaram 11,6% em comparação ao ano anterior, totalizando R$ 2 bilhões.
O resultado financeiro do trimestre foi negativo em R$ 594 milhões, apresentando uma melhora de 5% em relação ao mesmo período de 2022, conforme balanço da Rumo do 4T23. A dívida líquida abrangente da empresa fechou o ano em R$ 10,2 bilhões, um aumento de 8,2% em relação a 2022. A alavancagem financeira, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda, permaneceu estável em 1,8 vez.
Os custos fixos e despesas gerais e administrativas cresceram 17% no trimestre, com impacto de aproximadamente R$ 35 milhões por gastos de remediação dos incidentes de segurança pública, recolha e destinação de resíduos de produtos e limpeza de lastro, além de maiores gastos com manutenção e outras despesas de natureza fixa.
Já o capex da companhia ficou em R$ 1,221 bilhão no trimestre, alta anual de 65%. Em 12 meses, a cifra atingiu R$ 3,737 bilhões, 37,5% a mais do que em 2022.
Rumo e DP World assinam acordo de R$ 2,5 bi para construir novo terminal de grãos e fertilizantes
A Rumo (RAIL3) divulgou na segunda-feira (25) um acordo com a Embraport para a construção de um novo terminal portuário destinado ao manuseio de grãos e fertilizantes em Santos (SP).
Conforme comunicado, o terminal deve ter capacidade para movimentar até 12,5 milhões de toneladas anuais, divididas entre 9 milhões de toneladas de grãos e 3,5 milhões de toneladas de fertilizantes. O acordo entre a Rumo e a DP World estipula um prazo de operação de 30 anos.
Para a realização do projeto, a Rumo planeja investir R$ 2,5 bilhões na construção do terminal, sendo que esses recursos serão financiados por meio de empréstimos. A operação do novo terminal ficará sob responsabilidade da DP World, empresa controladora da Embraport.
A Rumo, integrante do grupo Cosan (CSAN3), um dos principais conglomerados do agronegócio brasileiro, afirmou que o projeto, que visa aprimorar as operações ferroviárias, complementa os esforços de expansão de sua capacidade, especialmente na região do Mato Grosso.