Roraima atende 11 feridos do confronto na fronteira com a Venezuela
Dois indígenas venezuelanos foram socorridos na madrugada deste sábado (23) no Hospital Délio Tupinambá, em Paracaima, cidade que faz fronteira com a Venezuela. Assim, o número de pessoas, feridas em confronto, atendidas em Roraima sobe para 11.
Do total de feridos identificados no confronto que ocorre na fronteira com a Venezuela, sete estão internados no maior hospital do estado, em Boa Vista.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) da região informou que as duas vítimas foram atacadas com pauladas e balas de borracha. O estado de saúde das vítimas é desconhecido até o momento.
Apesar da fronteira da Venezuela com o Brasil permanecer fechada, por ordem do ditador Nicolás Maduro, a passagem de ambulâncias está liberada entre os dois países, segundo o “G1”.
Na noite da sexta-feira (22), outros dois indígenas feridos entraram no Brasil e foram atendidos no hospital de Pacaraima. Contudo, por conta da gravidade das lesões, foram transferidos para o Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista, há 215 quilômetros de distância.
No HGR, outros sete venezuelanos já estavam internados. Todos foram lesionados pelo confronto com Força Armada Nacional da República Bolivariana da Venezuela (FANB) na comunidade de Kumarakapay:
- Fidel Gabriel Pulido Fernandez, 36 anos
- Geber Alfredo Perez Rivero, 21 anos
- Kliver Alfredo Perez Rivero, 24 anos
- Evencio Sosa, 44 anos
- Alfredo Perez, 48 anos
- Onesimo Rigoberto Fernandez, 48 anos
- Rolando Garcia Martinez, 52 anos
Kliver e Rolando são os pacientes em estado mais grave, segundo nota da Secretaria Estadual de Saúde (SESAU). Os dois são vítimas do confronto em Kumarakapay e estão no grupo que deu entrada no HGR na manhã dessa sexta.
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Fechamento da fronteira com o Brasil e confronto
Como resposta à ajuda humanitária oferecida pelo Brasil, a Venezuela determinou o fechamento da fronteira sul do país na última quinta-feira (21).
“A partir das 20h [21h no horário de Brasília] de hoje, quinta-feira, 21 de fevereiro fica fechada total e absolutamente até novo aviso, a fronteira com o Brasil. Vale mais prevenir do que lamentar”, declarou o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
O governo de Caracas considera a ajuda humanitária como uma ingerência em assuntos domésticos da Venezuela. Isso pois a maioria dos países donatários reconheceu o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
Assim, a Guarda Nacional Bolivariana da Venezuela abriu o fogo, na manhã de sexta-feira (22). Houve uma morte na fronteira com o Brasil.
Os ativistas vítimas do ataque pertenciam à tribo indígena Pemones. A falecida é Zorayda Rodriguez.
Ao menos 12 outras pessoas ficaram feridas. Um comboio militar teria atacado a comunidade indígena do vilarejo de Kumarakapai. O vilarejo fica no sul do país, localizado na principal artéria que liga a Venezuela ao Brasil.
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Ajuda Humanitária
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou neste sábado que aguarda que as forças venezuelanas permitam que o país receba a ajuda humanitária.
“Estamos na expectativa de que se permita o ingresso na Venezuela. No momento não temos expectativa de nenhum confronto. Temos a expectativa do momento de chegada, que nesse momento, uma luz se acenda e se abra a fronteira. Se não abrir, vamos consultar os representantes venezuelanos para ver o que fazer com esse carregamento”, afirmou o ministro.
Ernesto Araújo está em Pacaraima, em Roraima, cidade pela qual milhares de venezuelanos entraram no Brasil para fugir da crise.
Dentre os itens oferecidos no plano de ajuda humanitária, estão:
- Kits emergenciais de saúde, doados pelo Ministério da Saúde, compostos de medicamentos para doenças de baixa complexidade. Há analgésicos, antibióticos e insumos hospitalares, suficientes para auxiliar 6.000 pessoas e podem durar um mês.
- Arroz doado pelo governo dos Estados Unidos.
- Leite em pó doado pelo governo brasileiro.
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