O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, recusou um convite de almoço do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
As informações foram divulgadas pelo colunista Lauro Jardim. Lorenzoni desejava se encontrar com Maia para conversar sobre a crise. Maia, então, recusou o convite.
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Crise no governo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse nesta sexta que está abandonando as negociações da reforma da Previdência.
“Vou pautar (a reforma) quando o presidente disser que tem votos para votar. A responsabilidade do diálogo com os deputados daqui para frente passa a ser do governo. É ele que vai negociar com os deputados”, disse Maia.
A desarticulação do governo em torno da pauta tem desanimado o deputado. Semanas atrás, ele chegou a cobrar publicamente maior engajamento da base bolsonarista pela defesa da proposta. A apatia na mobilização vinha do próprio presidente Jair Bolsonaro.
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Após a cobrança pública de Maia, Bolsonaro se mostrou mais presente na defesa da reforma. Suas declarações atacando a “velha política”, no entanto, inflamaram sua relação com o Congresso Nacional.
O presidente foi eleito defendendo o fim do “toma lá, dá cá”, ou seja, o balcão de negócios típico da atividade legislativa em Brasília. Bolsonaro chegou a dizer nesta sexta que “não está disposto” a abrir mão de sua recusa em negociar cargos por votos na reforma da Previdência. Segundo o G1, o Palácio do Planalto vai defender que os parlamentares precisam colocar os “interesses do país” acima dos pessoais.
As declarações contraditórias do presidente deixaram a impressão de que ele quer Maia na linha de frente pela aprovação da impopular reforma, praticando a “velha política”, mas que não vai entrar na briga pela obtenção dos votos. Rodrigo Maia entendeu a mensagem e declarou, de agora em diante, fará a “nova política”, assim como Bolsonaro.
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“Eu concordo com o presidente: é preciso construir uma maioria de uma nova forma. Essa responsabilidade é dele. Quando ele tiver a maioria e achar que é a gora de votar a reforma, ele me avisa e eu pauto para votação. E digo com quantos votos posso colaborar”, declarou Rodrigo Maia, segundo a Folha de S.Paulo.