Rodovias do Tietê tem debêntures marcadas a zero pela XP

A XP Investimentos informou ao mercado que marcou o preço das debêntures da Rodovias do Tietê a “zero”, devido à declaração do vencimento antecipado da dívida da empresa. Esse processo culminou no pedido de recuperação judicial da empresa.

De acordo com informações de mercado, todos os fundos que possuem os papéis da Rodovias do Tietê na carteira fizeram o mesmo ontem.

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Em meados deste ano, a XP havia congelado o saldo dos investidores, por conta das dificuldades enfrentadas pela concessionária. Em junho, foi noticiado que a remuneração prevista para o papel, de IPCA + 8%, não era mais condizente com o negócio e não seria mais utilizada para corrigir os valores que os debenturistas têm a receber.

XP avalia processo de recuperação judicial da Rodovias do Tietê

Os analistas da XP Thales Tarré e Mirian Abe explicaram a situação da Rodovias do Tietê. Tarré anunciou que o papel seria marcado a zero, dentro da política da empresa. O fato de não existir mais um fluxo esperado de pagamentos pela empresa influenciou a decisão.

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Segundo ele, o entendimento da XP é que ativos com vencimento antecipado declarado e que não tenha realizado o pagamento da dívida, ou seja, estejam em default, precisam ser marcados a zero. Isso é necessário pois por mais que tenha um valor a recuperar, não se tem uma dimensão de quando ou quanto será atingido.

De acordo com o pedido de recuperação judicial da Rodovias do Tietê, 18 mil pessoas físicas possuem essas debêntures. Apesar de a empresa apresentar problemas há pelo menos dois anos, os ativos só foram marcados a mercado no mês de junho.

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Uma vez que tem papéis em alguns fundos, a XP está entre os investidores que tentam negociar a reestruturação e avaliou que o pedido de recuperação judicial seria a única maneira de levar adiante esse processo.

Devido a existência dos quóruns das debêntures, a reestruturação da dívida da Rodovias do Tietê, que gira em torno de R$ 1,4 bilhão, deveria ser aprovada pela unanimidade dos debenturistas em assembleia, o que se mostrou inviável. Por meio da recuperação judicial, a aprovação se dá por maioria, por isso a empresa teria optado por esse caminho.

Jader Lazarini

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