Roberto Luz Portella deixa direção da Gafisa
Roberto Luz Portella renunciou ao cargo de diretor-presidente da Gafisa GFSA3). A empreiteira informou sobre a renuncia na última sexta-feira (20).
Portella era também diretor de relações de investidores da Gafisa. Ele deixou o cargo após a conclusão da primeira fase da reestruturação da empresa.
Segundo o comunicado divulgado pela empreiteira, a renuncia foi comunicada ao conselho de administração. O órgão deliberará pela eleição de um substituto.
Portella tinha sido escolhido para o cargo de diretor-presidente da Gafisa em março. Ele substituiu Ana Recard, sendo indicado por Nelson Tanure, que começou a investir na empresa após a saída do coreano Mu Hak You.
O dono do GWI Group chegou a ser o maior acionista da empreiteira.
Novos lançamentos da Gafisa em breve
Em meados de agosto tinha sido o próprio Portella que tinha informado que os lançamentos da empreiteira iriam recomeçar no final de 2019 ou no início de 2020.
Ao longo de 2019 a Gafisa não fiz lançamentos. Entretanto, segundo Portella, dois projetos estão sendo preparados para serem apresentados ao mercado. Além disso, o presidente da construtura salientou como estão sendo avaliadas possíveis parceiras com outras empresas.
Para Portella, graças a um novo aumento de capital de até R$ 273 milhões a Gafisa terá “musculatura para enfrentar os desafios do planejamento estratégico” e para o desenvolvimento de novos empreendimentos.
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O presidente da construtora salientou que “a intenção é que a Gafisa volte a empreender”.
Redução do prejuízo da Gafisa
A Gafisa conseguiu, no segundo trimestre, reduzir seu prejuízo em 49%, chegando a R$ 12,7 milhões. Contudo, a receita líquida da empresa caiu para R$ 99,7 milhões, cerca de 64,7% a menos.
A margem bruta ajustada foi elevada em 10,4% entre os dois trimestres do ano, passando de 38,6% para 49%. O caixa gerado pela Gafisa foi de R$ 6,9 milhões no trimestre.
A empresa tinha alavancagem medida por dívida sobre patrimônio líquido de 102,2%, um nível bem abaixo dos 161,8% do fim do primeiro trimestre.
A queda, segundo a companhia, foi consequência da entrada em caixa de R$ 132,3 milhões do aumento de capital e “da atual diligência com os recursos da companhia”.
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As vendas brutas reduziram em 78,3% para R$ 87,9 milhões, e os distratos caíram 47,1%, para R$ 31,7 milhões.
Já as vendas líquidas tiveram queda de 56% em uma comparação com o mesmo período de 2018 para R$ 56 milhões. A empresa não apresentou lançamentos no trimestre.
Empresa em fase de recuperação
A construtora está tentando superar o período turbulento de comando da GWI. Seis meses muito complicados que se somaram à conjuntura difícil para o setor da construção. Um dos segmentos da economia brasileira mais duramente afetados pela recessão.
Mu Hak You prometeu recuperar rapidamente o valor da companhia, principalmente por meio da redução de custos. A partir de setembro de 2018, quando assumiu o controle da Gafisa, a GWI cortou funcionários, suspendeu pagamentos a fornecedores e fechou abruptamente a filial no Rio de Janeiro. Posições no alto escalão da construtora foram substituídas com advogadas sem muita experiência no setor das construções.
Esse conjunto de medidas não foi bem acolhido pelo mercado, e a Gafisa começou a enfrentar um período de turbulências que ainda está vivendo.