Campos Neto: O que o Fed faz importa para nós em alguma medida

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça (2), que as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, importam para o Brasil “em alguma medida”.

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Campos Neto destacou que o sell-off de alguns ativos emergentes, incluindo o Brasil, tem sido explicado por ruídos locais, mas pode ter a ver com alguma mudança de fundamento.

Também frisou que o prêmio de risco nos mercados emergentes aumentou, enquanto o Fed mantém os juros altos por mais tempo. Juros mais altos, com dívida maior, enxugaram a liquidez do mercado, avaliou Campos Neto.

“Quando você tem muitos sell-offs em vários mercados diferentes, e todos eles são explicados por notícias locais, você tem de se perguntar se há algum fator mais fundamental puxando isso. E eu acho que pode haver”, disse Campos Neto, que palestra em um evento do Banco Central Europeu (BCE) ao lado da presidente da instituição, Christine Lagarde, e do presidente do Fed, Jerome Powell.

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Campos Neto fala em ‘sincronia’ no aumento do prêmio de risco

Segundo o presidente do Banco Central, o aumento do prêmio de risco em mercados emergentes ocorreu de forma sincronizada à alta dos juros longos nos EUA, mas essa correlação se quebrou recentemente. Na avaliação dele, isso pode ter a ver com a percepção de que os juros americanos continuarão longos por mais tempo, em meio a uma dívida mais alta.

“Você começa a extrair liquidez do mercado e, eventualmente, você está reprecificando essa liquidez”, disse Campos Neto. Apesar do cenário mais desafiador, o presidente do BC considerou que a independência dos bancos centrais nas economias emergentes foi muito útil na pandemia.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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