Iata alerta para risco de recuperação judicial de aéreas na AL

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) comunicou nesta terça-feira (9) enxerga riscos para a retomada da América Latina com o pedidos de recuperação judicial de aéreas na região.

“Há um risco aqui para a conectividade. Já vimos outras empresas quebrarem na região, mas o desafio dessa vez é que os governos devem continuar a oferecer apoio para o setor. A conectividade é essencial para uma recuperação econômica mais ampla”, avaliou o economista-chefe da Iata em videoconferência, Brian Pearce, sobre o cenário das aéreas.

O grupo Latam e suas subsidiárias no Brasil, no Chile, no Peru, no Colômbia, no Equador e nos Estados Unidos protocolaram um pedido de recuperação judicial no final de maio. Esta foi a segunda companhia do setor de aviação da América Latina a entrar com o processo em meio à crise da pandemia do novo coronavírus. Apenas semanas antes, a gigante Avianca Holdings realizou solicitação semelhante nos Estados Unidos.

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No cenário doméstico, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vem negociando com as três principais companhias aéreas do Brasil: a Gol (GOLL4), a Azul (AZUL4) e a subsidiária brasileira da Latam.

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Nesse sentido, a entidade projeta o retorno da lucratividade do setor aéreo somente em 2022. “Falamos aqui de projeções apenas para este ano e o próximo, mas acredito que esse retorno à lucratividade poderia acontecer em 2022”, afirmou o economista.

Aéreas enfrentam recomeço atípico

Segundo Pearce, neste momento as companhias enfrentam um cenário de recuperação “atípico”, com um queda bruta da receita devido às medidas de restrição e isolamento social. Ao mesmo tempo, as empresas tem de melhorar sua posição financeira e buscar elevar sua geração de caixa para quitar as dívidas.

“Essa não é uma fase de recuperação típica. É um grande desafio e a situação que não pode se sustentar por muito tempo”, destacou o economista-chefe da Iata.

As margens de lucro das companhias, segundo a entidade, devem registrar uma queda acentuada neste ano, para algo entre 5% e 30%, em todas as regiões. A associação também projeta um prejuízo de US$ 15 bilhões (equivalente a R$ 73,5 bilhões) em 2021, além das perdas de US$ 84 bilhões previstas para este ano.

O diretor-geral da associação, Alexandre de Juniac, reiterou que a crise em que vivemos atualmente é sem precedentes na história do segmento. O executivo afirmou que os governos trabalham em conjunto com as aéreas para promover a retomada à medida que as fronteiras forem abertas, com todas as garantias de segurança e proteção.

Arthur Guimarães

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