O presidente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), Yi Gang, disse, neste domingo (17), que as autoridades do país asiático têm agido para evitar o contágio da crise de liquidez enfrentada pela incorporadora Evergrande em outras empresas do setor imobiliário.
Dessa forma, segundo o dirigente, é possível prevenir o risco sistêmico. No mês passado, a Evergrande, segunda maior incorporadora da China, disse que estava com dificuldades para arcar com suas dívidas, que estão na ordem de US$ 300 bilhões.
Durante o seminário anual do G30, realizado de forma virtual, Yi Gang disse que apenas um terço dos passivos da Evergrande são detidos por instituições financeiras. “Causa preocupação e ampla discussão”, comentou o dirigente quando questionado no evento.
Em um discurso no começo do evento, Yi Gang havia afirmado, sem mencionar diretamente a incorporadora imobiliária, que o risco de calote de “certas empresas” era um dos desafios para o crescimento econômico da China.
Crise da Evergrande não contaminou incorporadoras
Na última sexta-feira, o BC chinês se pronunciou pela primeira vez sobre o caso da Evergrande. A fala dos dirigentes veio no sentido de acalmar o mercado, dizendo que a crise na incorporadora é única.
A possibilidade de calote do conglomerado não teria contaminado os outros players do setor, que permanece estável.
De acordo com Zou Lan, diretor do departamento de mercados financeiros do Banco Popular da China, os riscos apresentados pela Evergrande são “controláveis”.
“Os problemas do China Evergrande Group no setor imobiliário são um fenômeno individual”, apontou o diretor, observando que os preços dos imóveis permaneceram estáveis, segundo reportou a CNBC.
A Evergrande ocupa o segundo maior registro de vendas de imóveis em outubro. Caso ela quebre, há dúvidas sobre o que pode acontecer com o segmento imobiliário do país e, consequentemente, com a desaceleração econômica chinesa, que já está em curso.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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