Risco-país brasileiro atingiu nesta quinta-feira (27) o maior patamar em quatro meses. Segundo dados da empresa de consultoria Markit, o spread dos contratos de Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do país subiu de 111 a 131 pontos.
Este é o maior nível do CDS desde outubro de 2019, quando o indicador chegou a 132 pontos.
O índice funciona como uma espécie de seguro para evitar inadimplência em uma operação de crédito. Dessa forma, a seguradora emite um título e assume a responsabilidade de garantir o valor investido caso haja um calote.
O spread do CDS brasileiro registrou uma alta acumulada de 40%, desde a última sexta-feira (21). O ganho pode ser comparado com países de situação semelhantes na América Latina como México (41,5%) e Colômbia (43,4%).
Em comparação, Rússia (23,6%), África do Sul (17,6%) e Turquia (15,8%) registraram variações menores.
O avanço de 17,1% também segue traço observado em países vizinhos de situação comparável a brasileira. O México registrou 19,5%, comparado aos 19,3% da Colômbia.
O que é o risco-país?
O risco-país indica o grau de instabilidade econômica, política e financeira de determinada nação. Em síntese, trata-se de uma avaliação de risco de crédito a que investidores e empresas estrangeiras estão submetidas quando investem em um país.
O “termômetro” de avaliação desse risco mais usado hoje é o CDS, indicando o risco de calote de um país. Se o indicador é elevado, é um sinal de que os investidores mostram-se temerosos com o futuro financeiro do país e desconfiam que ele não vai saldar os pagamentos regulares de sua dívida. Se o indicador cair, o significado é inverso: sinaliza aumento da confiança em relação à capacidade de o país pagar suas dívidas.
Além disso, o risco-país também demonstra expectativas em relação aos demais indicadores do desenvolvimento econômico como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
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