Risco-país brasileiro cai e atinge menor patamar em 9 anos
A maior expectativa sobre a economia brasileira fez com que o risco-país caísse ao menor nível em nove anos. O custo do Credit Default Swap (CDS) de cinco anos, um seguro contra calotes, desceu para menos de 100 pontos.
Na última segunda-feira (16), o risco-país do Brasil chegou a 98 pontos-base. Em termos comparativos, em 31 de dezembro do ano passado estava em 207. O desempenho animador segue a tendência dos outros emergentes, como Colômbia, México e Rússia.
“É um ambiente mais propício ao risco como um todo. Depois do avanço no acordo comercial e as eleições na Inglaterra, houve uma redução de incertezas e o risco externo melhorou bem, mesmo que algumas dúvidas permaneçam”, diz Solange Srour, economista-chefe da ARX.
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Segundo ela, o mercado brasileiro se beneficia também “por uma melhora na visão fiscal: a dívida/PIB está numa trajetória melhor que o esperado anteriormente. Fora isso, tivemos sinais mais concretos de recuperação da atividade”.
Na última segunda, o cenário externo favorável sustentou o Ibovespa a maior parte do dia batendo, logo na primeira hora, o recorde intradiário de 113.197 pontos. No entanto, o índice inverteu no final do pregão e fechou em queda de 0,59%, aos 111.896 pontos. O volume financeiro somou R$ 16,5 bilhões.
Uma das notícias que ajudaram a dar ânimo aos pregões foram dados melhores que o esperado na China. A produção industrial do gigante asiático avançou 6,2% ao ano em novembro, contra 5% estimado por especialistas.
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Além dos indicadores, os investidores continuaram a avaliar a oficialização da primeira fase da guerra comercial. O acordo resulta na remoção de algumas das tarifas sobre US$ 360 bilhões em produtos de origem chinesa por parte dos Estados Unidos.
O que é o risco-país?
O risco-país indica o grau de instabilidade econômica, política e financeira de determinada nação. Em síntese, trata-se de uma avaliação de risco de crédito a que investidores e empresas estrangeiras estão submetidas quando investem em um país.
O “termômetro” de avaliação desse risco mais usado hoje é o CDS, indicando o risco de calote de um país. Se o indicador é elevado, é um sinal de que os investidores mostram-se temerosos com o futuro financeiro do país e desconfiam que ele não vai saldar os pagamentos regulares de sua dívida. Se o indicador cair, o significado é inverso: sinaliza aumento da confiança em relação à capacidade de o país pagar suas dívidas.
Além disso, o risco-país também demonstra expectativas em relação aos demais indicadores do desenvolvimento econômico como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).