O brasileiro compromete em média o dobro de sua renda com pagamento de juros do que a média registrada em 17 países desenvolvidos. São 12 países da Europa, além de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Coreia do Sul e Japão.
O nível de endividamento da renda do brasileiro ainda é baixa, se comparado com outros países do mundo. No entanto, a proporção das dívidas vindas do pagamento de juros é alta. Essa situação se torna uma limitação para o avanço do crédito no País.
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Os dados são do Banco de Compensações Internacionais (BIS) e de um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.
O comprometimento da renda com pagamento das parcelas de amortizações e dos juros:
- Média do brasileiro: 19,8%
- Média dos 17 países analisados: 10%
Endividamento total em relação à renda, além do pagamento de amortizações e juros:
- Média do brasileiro: 42,5%
- Média dos países da OCDE*: 130%
*Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
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O pesquisador do Ipea Estêvão Xavier Bastos, ouvido pelo jornal, diz que a solução para o problema é o alongamento e barateamento das dívidas dos brasileiros. Isto é, substituir dívidas pesadas de curto prazo (cheque especial, cartão de crédito, por exemplo) para dívidas de longo prazo (financiamento da casa própria, por exemplo) com melhores garantias. Segundo Bastos, há espaço para o aumento das dívidas das famílias com crédito habitacional.
A situação do endividamento das famílias com crédito habitacional, no entanto, teve alterações significativas nos últimos anos. Bastos diz que a proporção das dívidas com financiamento de imóvel passou de 14% em 2009 para 44% em 2016, tendo estabilizado a partir do ano seguinte. Essa parcela é ainda mais alta em países como Austrália e Itália (92%), Países Baixos (96%) ou Alemanha (97%).