A Ri Happy recorreu à ajuda de uma assessoria financeira para dar início a um processo de renegociação de dívidas. A varejista de brinquedos brasileira tem de arcar com uma conta de R$ 500 milhões entre dez bancos, de acordo com a apuração exclusiva do Valor Econômico, para adequar a estrutura de capital ao fluxo de caixa da companhia.
Segundo o Valor, a Ri Happy contratou a consultoria Starboard para auxiliar a solucionar as dificuldades financeiras. O plano de reestruturação de dívidas inclui um prazo de carência de três anos para o pagamento. Além disso, fala-se de um alongamento das dívidas, por meio de outras linhas de crédito, de custos próximos aos atuais.
Uma fonte a par do tema falou ao Valor que a renegociação não é complexa em comparação com outros problemas vistos no mercado e que com uma readequação da estrutura de capitais ao fluxo de caixa pode-se chegar a um acordo em poucos meses.
A loja de brinquedos é o segundo ativo adquirido no país pela gestora de investimentos Carlyle, que enfrenta um cenário desafiador após acordo com a SPX Capital – que opera os ativos do fundo no Brasil. A outra loja é a Tok&Stok, que abriu um processo de renegociação de linhas com bancos com uma dívida de R$ 600 milhões.
Crise nas vendas da Ri Happy
Os impactos na rede de lojas da Ri Happy já havia sido notado pelo mercado, com uma queda nas vendas desde 2015, aprofundada com a pandemia, alta dos juros e aumento dos custos.
Em 2018, a varejista chegou a analisar uma oferta pública de ações, plano que foi adiado. Antes disso, houve pressão para expansão e investimento em novas unidades, com foco na abertura de capital, acabaram por aumentar as dívidas.
Por enquanto, Ri Happy e SPX Capital não se pronunciaram a respeito da renegociação de dívidas para o Valor.