Restrições têm ‘impacto limitado’ em resultados de empresas de shopping, diz XP
Na tarde da última terça-feira (3), os investidores se encontraram diante da televisão para assistir ao governador de São Paulo, João Doria, anunciar medidas mais restritivas para o estado. As preocupações com o retorno da paralisação levaram os acionistas a abrirem seus home brokers e se desfazerem de parte de seus ativos de empresas de shoppings.
Por conta do aumento acelerado do número de internações em UTIs em São Paulo, João Paulo regrediu o estado para a Fase Vermelha, a partir de 6 de março. De acordo com o plano, com exceção de serviços essenciais, como supermercados e drogarias, o comércio paulista deverá permanecer de portas fechadas. Isso inclui shoppings, bares e restaurantes.
Passada a virada de sexta-feira para o sábado, São Paulo vai se juntar a outros grandes estados, como Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, além do Distrito Federal, nos quais os níveis de internações estão em patamares recordes e as restrições impõe o fechamento de shoppings.
Na análise dos analistas Renan Manda e Lucas Hoon, da XP Investimentos, os impactos sobre os resultados de curto prazo dos shoppings serão limitados.
“Destacamos que o impacto nos resultados dos shoppings deve ser não apenas proporcional ao tempo de funcionamento de cada shopping, mas também deve ser diluído em seus resultados ao longo da vigência de cada contrato (efeito da linearização dos contratos)”, ponderaram os analistas em relatório.
Efeito sobre shoppings está ligado a operações suspensas
Segundo os especialista da XP Investimentos, o impactos sobre as companhias estará relacionado com a parte de seu portfólio com operações suspensas.
A Iguatemi (IGTA3), por exemplo, deve registrar o maior efeito negativo visto que possui a maior exposição às regiões restringidas, com 100% de sua ABL (Área Bruta Locável) temporariamente suspensa.
Enquanto isso, a Multiplan (MULT3), com 65% de sua ABL comprometida, e a brMalls (BRML3), com 54% da ABL fechada, devem anotar impactos mais brandos.
“Esperamos maior volatilidade das ações no curto prazo, já que a visibilidade sobre as suspensões das restrições segue baixa. Continuamos vendo valor de longo prazo nas ações nos valuations atuais, mas acreditamos que o desempenho mais robusto das ações dependerá da reabertura dos shopping centers”, salientaram Renan Manda e Lucas Hoon.
Por volta das 17h27, as ações ordinárias das empresas de shoppings operavam em alta na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Os papéis da Iguatemi subiam 2,19%, a R$ 31,21, enquanto os ativos da Multiplan e da brMalls valorizavam 2,82%, a R$ 20,71 e 2,82%, a R$ 8,38, respectivamente.