Levantamento feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) demonstra que um total de 42% dos estabelecimentos do segmento ainda faturam menos do que no período pré-pandemia, enquanto 33% afirmam ter superado o desempenho de antes do início das restrições de funcionamento.
Os restaurantes que avaliam estar empatando com o momento pré-pandemia são 14% e os outros 11% pesquisados não existiam em 2019. Os dados são referentes ao segundo semestre de 2021 e comparados com o mesmo período de 2019.
Segundo a Abrasel, o setor aguarda a promulgação do novo programa de parcelamento de dívidas de empresas participantes do Simples Nacional.
De acordo com informações apuradas entre 17 e 27 de dezembro de 2021, a maior parte dos empresários do setor ao menos avalia aderir ao Relp (Reescalonamento do Pagamento de Débitos no âmbito do Simples Nacional). São 60% os que dizem que irão aderir com certeza ao programa e outros 36% afirmam que avaliam aderir dependendo das condições.
Apenas 4% disseram que não pretendem adotar o refinanciamento. Quase a metade das empresas consultadas (47%) já tem parcelas do Simples Nacional em atraso. E, destas, 85% têm medo de serem desenquadrados do regime fiscal diferenciado.
“A expectativa é alta. Queremos começar o ano e reafirmar a retomada com o alívio de saber que não haverá o desenquadramento do Simples por dívida. Por isso o refinanciamento é tão importante. A sanção do presidente da República deve ser a primeira boa notícia do ano para o nosso setor”, avalia o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
Retomada de restaurantes ganhou corpo em dezembro
Segundo a Abrasel, a retomada ganhou corpo em dezembro. Mais de um em cada quatro estabelecimentos (27%) disse ter contratado funcionários no último mês do ano.
Outros 22% têm a expectativa de seguir contratando no início de 2022. Em relação a demissões, 16% afirmaram ter tido de reduzir o quadro de funcionários em dezembro.
Já 60% esperam manter a quantidade de funcionários no primeiro semestre de 2022. O índice dos que seguem trabalhando com prejuízo melhorou pouco – de 35% em novembro para 33% em dezembro.
“O nosso setor tem sido o carro-chefe da economia nos últimos meses, ajudando a melhorar os índices de atividade econômica e de emprego, e também contribuindo para segurar a inflação. Mas precisamos de um olhar atento para a questão do endividamento. Mais de 70% têm empréstimos contratados, muitos deles via Pronampe”, afirma Solmucci.
O levantamento indica que, dos que têm empréstimos contratados, 22% estão com pelo menos uma parcela em atraso e, destes, 29% têm parcelas vencidas há mais de 90 dias.
Com informações do Estadão Conteúdo