Dados recentes da Bolsa de Valores, a B3 (B3SA3) indicam que foi registrado um volume de investidores individuais de 4,8 milhões em agosto, representando uma retração de 548 mil ante o mês anterior. Em grande medida, isso se dá pelo número total de investidores em BDRs que caiu consideravelmente por causa das mudanças no Nubank (ROXO34), que antes adotava o ticker NUBR33.
Isso porque recentemente o banco mudou os BDRs para Nível I não patrocinados, ante Nível III vistos no IPO da empresa. O Nubank deu opção de saque (cash-out) para os investidores no âmbito da operação.
Havia outras opções para lidar com seus BDRs do Nubank – como trocar por ações dos EUA -, mas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorizou a companhia a vender automaticamente os papéis de quem não sinalizou nenhuma opção.
Segundo comunicado do Nubank, essas vendas foram feitas entre 21 de agosto e 5 de setembro – afetando a janela na qual a B3 sofreu perda de investidores.
Vale lembrar que em meados de 2021 o Nubank foi responsável pela entrada de cerca de 760 mil investidores na bolsa com seu IPO – e seu programa do ‘pedacinho’.
Ações do Nubank tiveram maior alta em 10 meses
As ações do Nubank (ROXO34) tiveram alta de 8,37% no intradia desta segunda-feira (11) em Nova York, a uma cotação de US$ 7,38 – configurando a maior alta diária desde meados de novembro de 2022.
Os BDRs do Nubank acompanharam o desempenho e subiram 4,62% no intradia da bolsa de valores brasileira, a R$ 6,11.
Em grande medida, a alta se deu por revisões de analistas de sell-side.
O JPMorgan elevou sua recomendação de neutra para compra, firmando um preço-alvo de US$ 9. Parte do otimismo dos analistas vem do fato de que o Nubank é o banco principal de 27% dos seus clientes.
Isso, em uma base de clientes de mais de 84 milhões, que já supera concorrentes gigantes como o Banco do Brasil (BBAS3). No total, 82% são clientes ativos da fintech.
“Além disso, os dados da empresa também indicam que os clientes tornam o Nubank seu principal banco cada vez mais rapidamente”, apontam os analistas do J.P. Morgan.
“Ter mais principalidade implica ganhos de participação de mercado por vários anos, já que o Nubank tem apenas de zero a 14% de participação na maioria dos produtos que oferece hoje. A principalidade também significa qualidade de crédito resiliente em um ambiente desafiador”, completam.
Segundo a casa, mesmo que a principalidade seja um ‘conceito abstrato’, o fato de muitos clientes citarem o banco digital como seu principal mostram “que o Nubank tem toda uma avenida para ganhar participação de mercado no Brasil por vários anos”.
No intradia desta quinta (14), as ações do Nubank negociadas em Nova York sobem 0,56%,a US$ 7,11. Na B3 os BDRs caem 0,64%, a R$ 6,17.