Rentabilidade de títulos da Argentina cai após vitória de Fernández
Após a vitória do candidato da esquerda, Alberto Fernández, na eleição presidencial na Argentina, a rentabilidade dos títulos argentinos lastreada no dólar recuaram nesta segunda-feira (28). O papel público internacional, com vencimento em 2028, caiu US$ 1,3 centavo, chegando a US$ 39,33 centavos, seu menor nível desde o início do mês.
A eleição presidencial da Argentina, realizada no último domingo (27), representa a volta do governo de esquerda ao país vizinho, fortemente atingido por uma crise econômica.
Com cerca de 93,55% das urnas apuradas, Fernández teve aproximadamente 48% dos votos, contra cerca de 40% de Mauricio Macri – na Argentina, caso um candidato obtenha 45% ou mais no primeiro turno, é decretada a vitória.
“O resultado foi amplamente antecipado e não tem muita relevância se Macri teve um desempenho melhor do que o esperado”, afirmou Gabriel Sterne, chefe de macro-pesquisa global da Oxford Economics, à agência “Reuters”.
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Os resultados das eleições primárias já demonstravam uma ampla vantagem à Fernández. No dia seguinte às primárias, 12 de agosto, a bolsa argentina caiu 34,14%, o peso argentino desvalorizou-se mais de 30% na paridade com o dólar e, dias depois, o Banco Central argentino teve de intervir na economia.
“A Argentina está caminhando para um ‘default’ e agora haverá negociações complicadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que corre um risco enorme no jogo e está desesperado para proteger seus recursos, e com os detentores de títulos.”
Alberto Fernández e Macri devem se reunir nesta segunda para discutir acerca da transição política, uma medida que pode amenizar os mercados internacionais.
Retorno da esquerda na Argentina é ameaça ao Mercosul, diz Bolsonaro
Na última quarta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro disse que o retorno da chapa de esquerda com Alberto Fenández, e sua vice, Cristina Kirchner, é uma ameaça ao Mercosul.
De acordo com Bolsonaro, o objetivo do bloco econômico sul-americano é a expansão comercial. No entanto, se a Argentina se posicionar contrária, será necessário um entendimento melhor com Uruguai e Paraguai.
“A nossa ideia é sim, de fato, abrir o mercado e fazer comércio com o mundo todo. O que nós queremos é que a Argentina continue na questão comercial. Caso contrário, podemos nos reunir com Uruguai e o Paraguai”, ressaltou o presidente em entrevista à imprensa enquanto esteve no Japão, durante sua visita à Ásia.