Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) por cortar a taxa básica de juros em 0,75 pontos percentual, a rentabilidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está maior que a Taxa Selic, pela primeira vez na história.
O FGTS apresenta um rendimento de 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), por determinação legal. Dessa forma, o Fundo passa a possuir uma rentabilidade acima da mínima histórica de 2,25% ao ano da Selic, estabelecida pelo órgão do Banco Central (BC).
O FGTS foi, por muitos anos, criticado por apresentar um rentabilidade muito baixa em comparação com a taxa básica de juros brasileira. A Selic vem mostrando um forte movimento de queda nos últimos anos. Em 2015, por exemplo, a Selic estava na faixa dos 14,5% ao ano, muito superior à rentabilidade do Fundo.
Além disso, outro problema comumente ligado ao FGTS era da perda para a inflação, visto que a esta, acumulado em 12 meses, acabava sendo maior do que a rentabilidade do Fundo. Isso resultava em uma déficit real no poder de compra.
Atualmente, por outro lado, não é isso que se observa. Conforme o último Boletim Focus do BC, as estimativas dos especialistas do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano foi de 1,61%.
BC corta Selic em 0,75 p.p.
O novo corte realizado pelo Copom já era amplamente esperado pelos investidores. Segundo o Boletim Focus, os profissionais do mercado confirmaram sua previsão para a taxa básica de juros em 2,25% ao ano, até o final de 2020.
Saiba mais: Banco Central corta taxa de juros de 0,75% e Selic vai para 2,25%
A decisão do BC foi tomada em meio à um cenário de forte contração do nível da atividade econômica brasileira, bem como a mundial. Nesse sentido, o corte na Taxa Selic tem como objetivo aumentar a liquidez nos mercados para tentar sustentar a demanda e limitar a queda no Produto Interno Bruto (PIB).
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