Renovação de frota deve reduzir custo operacional da Gol (GOLL4), dizem analistas
A Gol (GOLL4) está implantando com sucesso seu plano de renovação de frota, o que deve resultar em menor custo por unidade de capacidade. A avaliação foi feita pelos analistas Victor Mizusaki, do Bradesco BBI, e José Cataldo, da Ágora Investimentos, em comentário enviado aos clientes, nesta segunda-feira (24).
Eles comentaram o anúncio feito pela companhia aérea, antes da abertura do mercado, de que foi assinado um contrato de financiamento de US$ 600 milhões com a Castlelake para adicionar 10 novas aeronaves 737 MAX 8 à sua frota, sendo 8 por meio de um contrato de leasing financeiro e 2 por meio de um contrato de sale-leasebacks.
Além de cobrir 100% do custo de aquisição, a transação deverá fornecer recursos para os custos de devolução de 18 aeronaves 737 NG em 2022 (34 aeronaves NG até 2025).
Atualmente, a frota da Gol é composta por 129 aeronaves Boeing 737, sendo 91 do modelo 737-800, 23 do tipo 737-700 e 15 aeronaves MAX. Em dezembro do ano passado, a companhia projetou que, no final de 2022, os 737-MAX 8 representem 32% de sua frota, com 44 aeronaves no total.
A estratégia da Gol considera o 737-MAX 8 como um componente-chave para a meta da companhia de atingir a neutralidade de carbono até 2050, dado que esse modelo é 15% mais econômico no consumo de combustível, gera 16% menos emissões de carbono e é 40% mais silencioso em relação ao 737-800 NG.
A Gol disse que, em 2021, ultrapassou 33 mil horas de voo com aeronaves MAX, propiciando, até novembro, uma economia de 16,2 milhões de litros de combustível de aviação e a redução de 40,6 mil toneladas na emissão de GEEs (Gases de Efeito Estufa).
O modelo também é tido como fundamental para os planos de expansão da Gol, pois a aeronave possui melhores tecnologias de motores, asas e superfícies de comando, o que aumenta a produtividade em 24%, com um alcance de cerca de mil km a mais (chegando a 6,5 mil) quando comparado com as aeronaves atuais 737 NG.
A principal rota em que o modelo é utilizado, segundo a Gol, é a realizada entre os aeroportos de Guarulhos (GRU) e Fortaleza (FOR). Em todas as rotas domésticas, o MAX opera com capacidade máxima de 186 passageiros.
No último dia 9 de dezembro, a Gol completou um ano de retorno de voos comerciais com as aeronaves 737-MAX 8. O modelo chegou a ser proibido por agências reguladoras em todo o mundo em março de 2019 após a ocorrência de dois acidentes (Ethiopian Airlines e Lion Air), em que morreram 346 pessoas. Após corrigir falhas, os EUA liberaram o uso da aeronaves em novembro de 2020.
A Gol começou a operar no Brasil no dia 15 de janeiro de 2001 com uma frota de seis aeronaves da Boeing.