Renner (LREN3), C&A (CEAB3): como o avanço da Shein no Brasil impacta o varejo de moda?

A Shein, maior empresa de fast-fashion do mundo, está se preparando para desembarcar no Brasil, segundo matéria exclusiva do Neofeed. Diante disso, como fica o mercado para varejistas de moda como Lojas Renner (LREN3), C&A (CEAB3) e Hering, que agora é do Grupo Soma (SOMA3)?

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A varejista chinesa – febre entre o público mais jovem, de menos de 30 anos, principalmente – já fatura mais de R$ 2 bilhões no mercado brasileiro, segundo estimativas do BTG Pactual (BPAC11). Isso apenas por meio do seu aplicativo e a entrega de produtos importados.

A Shein busca agora expandir o seu alcance. Recentemente, a companhia estruturou um escritório e um centro de distribuição no Brasil. O próximo passo, segundo o Neofeed, é o contrato com parceiros locais para a produção de roupas: dois documentos já teriam sido assinados com cláusulas de confidencialidade.

Em relatório, os analistas da XP Investimentos classificam o movimento como negativo para as varejistas brasileiras, com destaque para as operações da Renner, C&A e Hering.

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Como ficam Renner, C&A e Hering?

Para a XP, as principais prejudicadas são as varejistas brasileiras que focam na média/ baixa renda, visto que os preços da Shein competem principalmente com esse segmento no setor. Para a corretora, a varejista chinesa ganha nos seguintes aspectos:

  • velocidade e atualidade dos itens de moda;
  • vasto sortimento de produtos, e
  • posicionamento de preço bastante competitivo.

Mas existem pontos negativos também: falta de multicanalidade e problemas no processo de logística reversa.

Nesse sentido, o relatório indica ser importante observar os próximos movimentos da Shein no Brasil, para ter mais informações sobre o impacto para as varejistas locais.

Em uma análise prévia, eles indicam que as principais impactadas devem ser C&A, Lojas Renner e Hering, nesta ordem.

Para a Hering, o risco ainda é menor, já que a empresa controlada pelo Grupo Soma se posiciona em moda básica, enquanto a Shein tem um perfil mais forte em moda fast fashion.

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Um risco chamado Shein

Shein quer expandir no Brasil
Loja Shein. Foto: Reprodução/ Facebook Shein

Fundada na China em 2008, a Shein exporta atualmente para mais de 220 países, com base de produção exclusiva em seu país de origem, “já que seu preço baixo não é um diferencial entre concorrentes locais chineses”, pontua o relatório da XP.

A varejista é um grande sucesso entre os consumidores da Geração Z – nascidos entre 1995 e 2010 – graças à sua natureza digital e forte presença na plataforma Tik Tok. Além disso, a Shein pratica preços mais acessíveis e tem atuação ativa com digital influencers nas mídias sociais.

Nos últimos tempos, a empresa começou a se movimentar para criar operações locais em alguns países, como Estados Unidos e Portugal. Os times da chinesa contam com centros de distribuição e/ou lojas.

No Brasil, a varejista chinesa, além de já incomodar gigantes como a Renner, avalia parcerias com fornecedores locais em categorias que nosso país é produtivo, como jeans, indica a XP. O principal objetivo seria a melhora no tempo de produção até a entrega.

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Monique Lima

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