A Lojas Renner (LREN3) fez um anúncio de recompra de até 18 milhões de ações. Para o Goldman Sachs, o movimento é ‘inesperado’, e o banco reitera a tese de compra – com projeção de alta de 41,5% nos papéis, a R$ 37 por ação ordinária.
Já no pregão desta sexta (21), o primeiro após a divulgação do programa de recompra, as ações da Renner sobem 1,91% segundo cotação por volta das 17h. Mais cedo, os papéis chegaram a beirar 3% de alta.
Com a cotação de R$ 26,14 do fechamento do pregão anterior ao anúncio, o valor total da recompra custaria cerca de R$ 500 milhões aos cofres da varejista de moda.
O movimento de recompra costuma ser uma sinalização ao mercado de que os papéis estão descontados o suficiente para que os próprios gestores da empresa aloquem mais capital na companhia, colocando os papéis em tesouraria.
Para o Goldman Sachs, o anúncio das Lojas Renner demonstra que há ‘disciplina de capital’.
A recompra de ações da Renner mira um equivalente a 1,82% das ações em circulação na bolsa de valores.
“A empresa afirmou que se trata de uma forma alternativa de retorno de valor aos acionistas, além de dividendos e juros sobre o capital próprio. O movimento otimiza a sua estrutura de capital. Estimamos que a alavancagem ficou em zero vezes a dívida líquida sobre EBITDA (incluindo arrendamentos) no final de 2021 e um caixa líquido de 0,1 vez no final de 2022″.
Goldman Sachs não esperava recompra da Renner após uma oferta no 2T21
O que surpreendeu os analistas do banco americano foi o fato de a recompra suceder o follow-on de R$ 4 bilhões que o empresa havia realizado no segundo trimestre de 2021, com volume total de 102 milhões de ações emitidas e cotadas a R$ 39.
Desde que precificou o follow-on em R$ 39 em 30 de abril, as ações LREN3 caíram 29% ante baixa de 9% do Ibovespa.
“Vemos isso como um resultado líquido positivo, pois mostra disciplina na alocação de capital. Na época do follow-on, a companhia havia captado recursos com a intenção de buscar potenciais oportunidades de crescimento inorgânico.”
“No entanto, com o passar dos meses, a administração destacou consistentemente que avaliaria se as aquisições eram uma boa opção ou se priorizaria projetos de crescimento orgânico”, dizem os analistas.
“Com o anúncio, a varejista ainda mantém essa flexibilidade (dado o prazo e tamanho de 18 meses), mas acreditamos que também é um sinal de que o crescimento orgânico pode continuar na vanguarda e que a empresa continuará disciplinada com M&A”, segue o Goldman Sachs.
Em conjunto com a mudança no capital social, a Renner também anunciou a nomeação de Daniel Martins como novo CFO (Chief Financial Officer) da empresa, na sequência do anúncio da saída de Alvaro Fontes no final do ano passado.
O novo CFO da Renner é um contratado externo e traz 25 anos de experiência na indústria de bens de consumo, tendo ocupado diversos cargos na Unilever.