Em setembro, o Ibovespa teve seu pior desempenho mensal desde março de 2020, quando a pandemia infectou os mercados. Agora, as preocupações são outras, sobretudo relacionadas à saúde fiscal e entraves políticos no País. Segundo uma pequisa de sentimento dos assessores e agentes autônomos ligados à XP, as perspectivas para a Bolsa estão piores.
A pesquisa realizada pela corretora foi feita com assessores da própria XP e escritórios autônomos filiados a ela. Foram dadas 448 respostas únicas. No mês passado, 45% dos participantes esperavam que o Ibovespa encerrará o ano entre 120 mil pontos e 130 mil pontos.
Isso equivale a uma piora em relação ao mês anterior, quando 49% dos assessorias enxergavam que o índice fecharia o ano entre 130 mil pontos e 140 mil pontos.
A média das previsões foi de 126.319 pontos (queda de 4,9% no mês), o que representaria uma alta de 13,8% sobre o patamar atual.
Os clientes dos assessores também pretendem diminuir a exposição a renda variável. Cerca de 51% dos entrevistados disseram que seus contatos preferem estar menos expostos a ações. Os que querem aumentar a posição em renda variável é de 10%, e os que querem manter ficaram em 39%.
Segundo a pesquisa, os investimentos que os assessores e seus clientes se mostraram mais interessados foram:
- Tesouro Direto e renda fixa (69%);
- Investimentos internacionais (68%);
- Fundos de renda fixa (48%);
- Fundos imobiliários (30%);
- Fundos multimercado (20%);
- Fundos de renda variável (13%);
- Ouro (7%).
Riscos e propulsores do Ibovespa até o fim de 2021
A pesquisa da XP mostrou que os clientes dos assessores ligados à corretora estão majoritariamente preocupados com o risco político e fiscal. 76% dos entrevistados apontaram que são esses os temais que mais preocupam.
A categoria, contudo, apresentou uma queda de seis pontos percentuais em relação ao mês anterior. A desaceleração econômica é o segundo maior risco observado, em 9% dos apontamentos. A inflação também figura entre os maiores riscos, com 7%.
Do outro lado, foram listados alguns propulsores para a Bolsa brasileira. São eles:
- Cenário econômico brasileiro (36%);
- Vacinação e volta ao normal (25%);
- Cenário econômico global (19%);
- Liquidez global (13%).
“Esses resultados mostram que os assessores estão mais atentos ao cenário doméstico em relação ao que pode interferir no desempenho da Bolsa em 2021”, diz a XP.
Ontem, o Ibovespa caiu 0,11%, para 110.979,10 pontos. No ano, o recuo do maior índice acionário brasileiro é de 6,63%.