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Renda fixa: IPCA+ e debêntures são boas opções para 2024, diz analista da Suno

BCFF11

Dividendos BCFF11. Foto: iStock

Para quem não consegue lidar com a volatilidade do mercado acionário e tem um perfil de risco mais conservador, o investimento em renda fixa pode ser uma alternativa. Segundo Vinicius Romano, Head de Renda Fixa da Suno Research, os ativos atrelados ao IPCA são os mais atrativos para quem busca bons retornos nos próximos anos. 

“As debêntures incentivadas são títulos bem interessantes para os próximos anos”, diz Romano ao canal da Suno no Youtube. 

Para o analista, as debêntures estão com um retorno bem maior, e é possível encontrar empresas com taxas atrativas. 

Há também a possibilidade de investir via fundos de investimento em debêntures incentivadas, informa Romano, caso dos fundos de infraestrutura. Essa classe de ativos é isenta de imposto de renda e também pode ter uma boa performance nos próximos anos. 

Outra classe de ativos que pode ser atrativa é a renda fixa internacional. Neste contexto, Romano cita as taxas de juros bastante elevadas nos Estados Unidos e o nível de risco baixo para o prêmio que está sendo oferecido aos títulos americanos.

Há diversas opções para investir nesses ativos, a exemplo dos ETFs, diretamente em algumas corretoras internacionais ou via fundos.

Por fim, as duas últimas opções são o Tesouro IPCA+ e o Pré-Fixado. “Taxas de juros mais elevadas em meio ao início ciclo de queda de juros, pode ser beneficiada com a marcação no mercado. Então, se você tem um título que comprou a uma taxa bem elevada e essa taxa cai, tem-se um ativo mais valioso do que o título que está no mercado”, pontua Romano. 

Como investir em renda fixa em 2024?

Para 2024, a XP aponta em relatório que o quadro de continuidade da queda da Selic é potencialmente positivo para as empresas, incentivando as captações. 

Mas os analistas da XP ponderam que em relação ao crédito privado o ideal é optar por títulos de empresas com bom rating e prazos de até cinco anos, mas limitando a exposição em 1% a 3% da alocação. 

No mercado local, os títulos públicos e emissões bancárias, com atenção ao emissor e ao volume máximo de cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Créditos, são os segmentos mais atrativos.

Em relação aos indexadores dos títulos, a XP afirma que a preferência é pelo IPCA +, por causa do risco fiscal interno e considerando o cenário de queda de juros. De acordo com último Boletim Focus, o mercado espera que o IPCA termine 2023 em 4,54%. E, em 2024, a projeção é de 3,92%.

“Os títulos atrelados ao IPCA de médio a longo prazo oferecem proteção contra a inflação (que deve permanecer acima da meta do Banco Central), se mantidos até o vencimento”, explica a XP. 

Os títulos prefixados voltaram ao patamar de dois dígitos, com taxas de 11% ao ano. Embora atrativos, a casa vê ainda possíveis volatilidades na curva de juros, recomendando um prazo de três anos para esses ativos. 

“A marcação a mercado [que ajusta os preços dos títulos diariamente de acordo com a curva de juros projetada pelo mercado] é importante para títulos prefixados e IPCA+. Quanto mais longo o título, maior será a sensibilidade às oscilações de mercado antes do vencimento, sendo os prefixados os mais sensíveis aos movimentos”, pontua a XP. 

Renda fixa internacional é alternativa para diversificação, diz XP

Com a expectativa da manutenção de juros do Federal Reserve (Fed), os títulos públicos dos EUA (Treasuries) pagam taxas em dólar em torno de 4,5% a 5,5% ao ano, uma rentabilidade elevada para ativos conhecidos como “livres de risco”. 

No caso dos títulos corporativos emitidos nos EUA, os bonds, a XP explica que cautela é necessária, assim como no mercado local, e é ainda mais aconselhável buscar ativos de emissores com boa qualidade de crédito (high grade).

“Devido ao risco de juros altos por mais tempo nos EUA, títulos mais longos pagam hoje rentabilidades mais baixas do que os curtos e, uma vez que Treasuries e bonds são prefixados em sua maioria, apresentam maior volatilidade antes do vencimento (marcação a mercado)”, diz a XP.

Os títulos de renda fixa americanos estão há praticamente dois anos operando em um regime de volatilidade pelo menos 50% maior do que a média dos últimos cinco anos e até mesmo dos últimos 20 anos.

Além disso, a casa aponta que o dólar pode ser visto como uma proteção para a carteira de investimentos.

Dessa forma, em 2024, a renda fixa, especialmente dos Estados Unidos, mostra patamares atrativos – tendo, porém, cautela com uma possível abertura nos spreads de créditos dos títulos corporativos mais arriscados.

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