Os fundos de investimento registraram recorde de captação líquida positiva em 2021 até setembro, totalizando R$ 390,6 bilhões. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), foi o maior volume da série histórica, iniciada em 2002, e teve impulso dos fundos de renda fixa.
A classe de veículos de investimento alcançou um saldo líquido de R$ 237,2 bilhões de janeiro a setembro. Para Pedro Rudge, diretor da Anbima, o resultado dos fundos de renda fixa está ligado às recentes altas da taxa básica de juros (Selic) e à maior aversão a risco dos investidores.
“Alguns fatores têm contribuído para esse movimento, como o aumento da taxa de juros, que torna os fundos de renda fixa mais atrativos, e uma maior aversão a risco pelos investidores,” explicou Rudge.
Por outro lado, o diretor da Anbima ponderou que a classe possui histórico de volumes representativos de captação líquida. “Só teremos uma resposta clara se esse movimento veio para ficar no médio prazo”, disse.
Na sequência, aparecem os fundos multimercados com R$ 77,3 bilhões. Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) somaram R$ 64,2 bilhões no período. A classe de ações teve saldo líquido de R$ 7,8 bilhões.
No ano até setembro, os fundos que podem aplicar mais de 40% em ativos no exterior cresceram 34,3% na base anual, atingindo um patrimônio líquido de R$ 828,5 bilhões.
O número contas acompanhou a evolução. Atualmente são 564,8 milhões, com destaque aos multimercados que representam 61,7% deste montante.
O número de fundos de previdência cresceu 26,5% de janeiro e setembro na comparação com 2020. Atualmente, são 3.043 mil divididos entre as classes de renda fixa, ações e multimercados.
“Apesar da previdência ainda estar concentrada nos fundos de renda fixa, os multimercados começam a ganhar espaço, movimento que acompanha o comportamento da indústria como um todo,” afirmou Rudge.
Segundo o diretor, o crescimento é significativo e recente. “Antes apenas as grandes instituições ofereciam produtos de previdência. Com as plataformas digitais, o acesso foi democratizado e isso se refletiu na criação de uma maior quantidade de fundos desta classe no mercado,” declarou.
Fundos de renda fixa têm melhores retornos
Os fundos de renda fixa do tipo duração alta grau de investimento — que não têm compromisso com prazos máximos ou mínimos de aplicação — tiveram os melhores retornos acumulados da classe de janeiro a setembro: 8,4%. Nos multimercados, o destaque ficou com os fundos investimento no exterior (8,8%). O mesmo aconteceu na classe de ações, a qual teve retorno positivo de 5,4% no período.
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