Renda Brasil: valor de R$ 300 exigirá mais cortes de despesas

O valor igual ou maior a R$ 300 para o Renda Brasil, deve exigir cortes adicionais de despesas ou contar com uma base menor de beneficiários, segundo informaram duas fontes da equipe econômica à ‘Reuters’ nessa terça-feira (25).

“Tem que reduzir uma despesa para criar espaço fiscal e no teto para aumentar outra despesa, no caso o Renda Brasil”, destacou a fonte

Inicialmente, a proposta apresentada pela equipe de Paulo Guedes para o programa contava com uma fusão dos programas Bolsa Família, abono salarial, Farmácia Popular e seguro defeso. Nesse cenário, haveria a soma de aproximadamente de R$ 21 bilhões por ano no orçamento do Bolsa Família.

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Vale destacar que o Bolsa Família auxilia 14 milhões de famílias brasileiras atualmente, e tem um custo de R$ 30 bilhões por ano.

Nesse cenário, o benefício seria de aproximadamente R$ 250 reais aos brasileiros que fossem elegíveis ante a média de R$ 190 reais pagos pelo Bolsa Família. Entretanto, o presidente Jair Bolsonaro, indicou a intenção de pagar um valor maior do que o sugerido pelo Ministério da Economia.

Com esse novo obstáculo, o lançamento do programa, que deviria acontecer hoje, foi adiado, mas a data não foi divulgada.

Outra fonte declarou à agência de notícias britânica que é possível pagar um valor maior através do benefício, mas isso envolveria um corte de despesas. Nesse sentido, a fonte sinalizou que as conversas do governo estão mais focadas no número de famílias que receberão o benefício.

Vale destacar que com um menor número de novos beneficiários, é possível aumentar o valor a ser pago pelo Renda Brasil sem que o Poder Executivo altere temas politicamente sensíveis.

A equipe econômica também pretende que o valor pago pelo Renda Brasil seja parecido com o valor da extensão do auxílio emergencial de R$ 600, apelidado de coronavoucher.

Renda Brasil deve entrar em vigor em janeiro de 2021

Além disso, o novo programa está previsto para entrar em vigor já em janeiro do ano que vem, uma vez que o coronavoucher foi prorrogado até o final desse ano.

A estimativa é que cerca de 20 milhões a 21 milhões de famílias brasileiras devem contar com o auxílio do novo programa. O projeto está sendo preparado pelo Ministério da Economia, e tem o objetivo de substituir o atual Bolsa Família, e não desamparar os trabalhadores informais que estão recebendo o auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia.

O Renda Brasil deverá amparar 14 milhões de famílias que hoje são cadastradas no Bolsa Família, mais as 7 milhões que estão recebendo o coronavoucher.

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Laura Moutinho

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