O ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Marie, afirmou nesta sexta-feira (22) que a Renault poderia “desaparecer” sem uma estratégia para enfrentar a crise causada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).
O político francês declarou, em entrevista à rádio Europe 1, que “existe uma necessidade urgente de ação” e que “nunca escondeu a seriedade da crise” na Renault.
A montadora comunicou, no mês passado, que sua receita no primeiro trimestre de 2020 encolheu 19,2%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, para 10,1 bilhões de euros.
A Renault atribui os resultados a paralisação da atividade industrial em função da pandemia do novo coronavírus. Segundo a empresa, a queda na receita também está associada a desvantagem da conversão da moeda em alguns países, como o Brasil e a Argentina.
Além disso, em 2019, a companhia registrou um prejuízo líquido de 141 milhões de euros, com a queda nas vendas na China e menores ganhos advindos da parceria com as montadoras japonesas Nissan e Mitsubishi. O resultado negativo foi o primeiro em uma década e reverteu os lucros de 3,3 bilhões de euros um ano antes.
França avalia empréstimo de 5 bi de euros a Renault
Nesse sentido, o governo francês avalia emprestar 5 bilhões de euros para montadora, para que ela sobreviva durante a pandemia do novo coronavírus.
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“A estratégia que pensamos ser a correta para a Renault, uma vez que o estado é acionista, é torná-la uma das indústrias mais avançadas tecnologicamente do planeta”, afirmou o político.
Le Marie ainda comunicou que a fábrica da companhia em Flins não deve fechar e a Renault deve preservar o máximo de empregos possível no país. O ministro, por outro lado, acrescentou que a empresa precisa se adaptar e ser competitiva.
O governo da França possui 15% de participação na companhia, o que, segundo alguns analistas, restringe a possibilidade de a Renault adotar medidas mais duras de cortes de custos em meio à crise do coronavírus.
A montadora faz parte da aliança Renualt-Nissan-Mitsubishi, iniciada no ano de 1999. Recentemente, a parceria foi abalada pela prisão, no final de 2018, do arquiteto Carlos Ghosn, acusado de de má conduta financeira.
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