A Renault divulgou nesta quinta-feira (14) o lucro líquido da companhia. Na comparação ante o ano anterior, 2018 obteve lucro líquido 36,6% menor. O principal motivo da queda foi a menor contribuição da Nissan Motors.
Em 2018, o lucro líquido da Renault foi de 3,3 bilhões de euros, contra o 5,2 bilhões de euros em 2017.
Confira abaixo as contribuições da Nissan no mesmo período, segundo o “Valor Econômico”:
- 2017: 2,8 bilhões de euros
- 2018: 1,51 bilhão de euros
Quanto as receitas, a queda foi de 2,3%, de 58,7 bilhões de euros para 57,4 bilhões de euros. Excluídos os efeitos cambiais, a receita da montadora de carros cresceu 2,5%.
Apenas no último trimestre do ano passado, a receita recuou 6%, para 16 bilhões de euros.
Nova gestão da Renault
O novo presidente-executivo da Renault, Thierry Bolloré, declarou que pretende manter a estratégia estabelecida pelo seu antecessor, Carlos Ghosn. A afirmação foi feita em teleconferência com analistas.
Carlos Ghosn, ex-presidente-executivo da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, foi preso em 19 de novembro no Japão.
Dentre as acusações enfrentadas pelo executivo, estão: sonegação de renda, transferência de prejuízos pessoais para a Nissan e uso pessoal de imóveis comprados pela montadora japonesa.
Thierry Bolloré também disse que o objetivo de tornar a aliança “irreversível” permanece, assim como a estratégia de médio prazo elaborada por Ghosn.
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Acerca da divulgação de balanço, Bolloré comentou que “os resultados comerciais e financeiros demonstram a resiliência do grupo e sua rápida adaptação a um ambiente mais desafiador”.
Em paralelo, algumas novidades foram anunciadas pela Renault:
- proposta de pagamento de dividendo a 3,55 euros por ação, assim como em 2017;
- planejamento de aumento das receitas, excluindo os efeitos cambiais;
- e a montadora almeja uma margem operacional de cerca de 6%.
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Brasil
A montadora francesa anunciou que as vendas no Brasil cresceram 28,5% em 2018. O valor está acima do crescimento médio do setor automotivo, de 13,6%.
Foram 215 mil veículos comercializados no País no ano passado, que fizeram a participação de mercado crescer de 7,7% a 8,7%.
O desempenho positivo foi atribuído ao modelo Kwid pela Renault. Foram 67 mil unidades vendidas, que tangenciam o quase um terço do total comercializado no período.