O senador Renan Calheiros (MDB-AL), retirou sua candidatura à Presidência do Senado Federal, neste sábado (2).
A atitude de Renan Calheiros aconteceu no decorrer da segunda votação referente a eleição para o cargo de presidente do Senado Federal.
O senador criticou o processo de votação para a escolha do representante do Senado.
De acordo com Calheiros, seu principal adversário na concorrência pela Presidência, Davi Alcolumbre (DEM-AP), “é na verdade um golias” e “ja é” o novo presidente.
“Para demonstrar que esse processo não é democrático, eu queria lhe dizer que o Davi (Alcolumbre) não é Davi. O Davi é o Golias. Ele é o novo presidente do Senado e eu retiro a minha candidatura, porque não vou me submeter a isso”, afirmou Renan.
Desta forma, após a renúncia restaram cinco candidatos na disputa. São eles:
- Davi Alcolumbre (DEM-AP);
- Fernando Collor (PROS-AL);
- José Reguffe (Sem partido-DF);
- Angelo Coronel (PSD-BA);
- Esperidião Amin (PP-SC).
No entanto, até o momento foram registradas quatro renúncias. São eles:
- Alvaro Dias (Podemos-PR);
- Major Olímpio (PSL-SP);
- Simone Tebet (MDB-MS);
- Renan Calheiros (MDB-AL).
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Renan Calheiros e Onyx Lorenzoni
Horas antes da retirada da candidatura, em seu discurso o senador Renan Calheiros direcionou ataques ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
No entanto, Calheiros acusou o ministro de vazar o telefone que receber do presidente Jair Bolsonaro, quando foi confirmada sua candidatura pelo MDB.
“Com que pretensão a Casa Civil vazou o telefonema do próprio presidente da República. Será que quem fez isso tem dimensão institucional para num momento difícil do país favorecer a aprovação das reformas nesse Senado?”, disse o senador.
Pelo Twitter, Onyx rebateu a fala de Calheiros. Desta forma, rebateu a fala do senador dizendo que Jair Bolsonaro ligou para todos os candidatos que concorrem ao Senado, “num gesto de respeito à instituição”.
Onyx Lorenzoni apoia o principal adversário de Renan, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Votação
A votação estava marcada para acontecer na última sexta-feira (1).
No entanto, o senador Cid Gomes (PDT-CE) pediu para que a sessão foi suspensa devido ao grande tumulto e as divergências entre os senadores da Casa sobre quem deveria conduzir a eleição.
Além disso, outro ponto que emplacou fortes discussões entre os senadores foi a forma que seria feita a votação. Um grupo defendia a votação aberta e outro a votação secreta, como manda o Regimento Interno do Senado
A proposta do senador foi aprovada após ser realizada uma votação simbólica no Senado Federal. Assim, a sessão para definir quem assumirá a Presidência do Senado acabou sendo adiada para este sábado.
Medida do Supremo Tribunal Federal
O ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou que a eleição para a Presidência do Senado seja feita por meio de voto secreto.
A decisão foi tomada por Toffoli na madrugada deste sábado (2) após um pedido dos partidos Solidariedade e MDB. A eleição para a Presidência do Senado foi iniciada às 11h.
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Dessa forma, o presidente do STF anulou a votação que havia sido realizada pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). No entanto, sem que 28 senadores votassem, o voto aberto venceu por 50 votos a 2 e uma abstenção.
Assim, o ministro decidiu que o senador José Maranhão (MDB-PB) seria o responsável pela nova votação da sessão neste sábado. (texto da decisão abaixo)
“Defiro o pedido, de modo que as eleições para os membros da Mesa Diretora do Senado Federal sejam realizadas por escrutínio secreto. Por conseguinte, declaro a nulidade do processo de votação da questão de ordem submetida ao Plenário pelo Senador da República Davi Alcolumbre, a respeito da forma de votação para os cargos da Mesa Diretora. Comunique-se, com urgência, por meio expedito, o Senador da República José Maranhão, que, conforme anunciado publicamente, presidirá os trabalhos”
Voto a mais
Uma nova polêmica foi instalada na eleição presidencial do Senado. Na votação, foram encontrados 82 votos, sendo que existem apenas 81 senadores.
Após muitas divergências, a votação foi cancelada, as cédulas destruídas e o processo foi iniciado novamente.
No decorrer do segundo processo de votação, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) retirou sua candidatura e não concorre mais à Presidência do Senado Federal.