A Gilead (NASDAQ: GILD) anunciou nesta segunda-feira (29) que cobrará US$ 2.340 (cerca de R$12.690) aos governos pelo tratamento com o seu remédio para coronavírus (covid-19), Remdesivir. O preço incluirá o tratamento de 5 dias com o medicamento que busca reduzir o tempo de recuperação dos pacientes infectados com o vírus.
Peter Maybarduk, diretor do grupo de advocacia britânico Public Citizen, criticou o preço do Remdesivir, dizendo que “a Gilead já precificou um medicamento que deveria ser de domínio público [e] ainda não mostrou por que o preço é tão alto”.
O descontentamento público em relação ao alto preço do medicamento também nos EUA colocou as empresas farmacêuticas sob intenso escrutínio. Apesar das críticas, a Gilead disse que havia posto o preço “bem abaixo” do que considerava ser o valor dos benefícios que o Remdesivir oferece.
A empresa listada em Nova York alegou que o tempo de recuperação reduzido economizaria aos hospitais cerca de US$ 12.000 por paciente. A Gilead disse que estabeleceu o preço para permitir “acesso amplo e equitativo em um momento de necessidade global urgente”. Além disso, afirmou que optou por cobrar dos governos uma taxa fixa para “remover a necessidade de negociações país a país sobre preços”.
No entanto, Andrew Hill, um acadêmico da Universidade de Liverpool, argumentou em um estudo publicado em abril que o Remdesivir poderia ser produzido em massa custando US$ 9 por cada etapa do tratamento. A Gilead discordou do estudo.
Remdesivir será testada em agosto
A Gilead anunciou na última segunda-feira (29) que em breve iniciará estudos clínicos com o Remdesivir, que será um novo remédio administrado por via inalatória por indivíduos com covid-19 que não estão hospitalizados.
Saiba mais: Remdesivir, droga para tratamento do coronavírus, será testada em agosto
Atualmente, o Remdesivir, usado no tratamento de pacientes em estado grave de coronavírus, é administrado por via intravenosa, o que limita seu uso ao hospital. No entanto, uma formulação inalada do medicamento pode permitir que a droga seja usada por pacientes com sintomas que não são graves o suficiente para exigir hospitalização.
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