O relatório final sobre o processo de recuperação judicial da Oi (OIBR3) foi entregue na noite da última segunda-feira (27) pelo administrador responsável, o escritório Wald Advogados, à 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, concluiu que 35 mil credores com créditos de até R$ 50 mil foram excluídos da lista, pois já tiveram suas dívidas quitadas.
No relatório da Oi, o escritório aponta que foram prolatadas 37,2 mil sentenças, algo nunca visto em casos de recuperação judicial. “Apesar do trabalho incansável, a média mensal de 1.074 incidentes distribuídos desde o início da fase judicial de habilitação e impugnação de crédito não permitiu que todos ainda fossem encerrados, permanecendo em tramitação 27.158 incidentes processuais.”
Além disso, o administrador judicial informou que foram 31,2 mil acordos de pagamento adiantado de créditos desses credores menores, além de mais de 4,6 mil em Portugal. No total, a Oi pagou R$ 640 milhões a credores concursais.
Para os credores parceiros, a companhia pagou o montante total de R$ 2,4 bilhões. A dívida da Oi de R$ 3,3 bilhões do BNDES foi paga após a conclusão da venda da Oi Móvel. Por sua vez, a dívida com a Anatel, ficou em R$ 9,1 bilhões, mas considerando a quitação de parte do valor, no final ficaram R$ 7,3 bilhões.
O escritório ainda informou em seu relatório que o processo da Oi se trata da maior recuperação judicial da América Latina.
Demonstração financeira das recuperandas da Oi
O Grupo Oi envolve as seguintes empresas, chamadas como recuperandas:
A geração de caixa operacional líquida das recuperandas em abril deste ano foi negativa em R$ 18 bilhões. Os recebimentos registraram uma média de entrada de caixa de R$ 2,3 bilhões por mês, atingindo o montante de R$ 120 bilhões, enquanto as saídas de caixa com pagamentos e investimentos registraram uma média de R$ 2,6 bilhões, totalizando R$ 139 bilhões.
Dessa forma, a variação do saldo final do caixa financeiro das recuperandas no seu período de recuperação judicial foi negativa em R$ 3,4 bilhões, resultando um montante de R$ 3,4 bilhões em abril deste ano, correspondente a uma redução de 43% em comparação com o ínicio da recuperação judicial, janeiro de 2018.
A receita operacional bruta diminuiu 6% na média dos anos, que ao final ficou estabelecida em R$ 26,2 bilhões. Mas as receitas operacionais tiveram aumento de 46% na média anual, ficando em R$ 4,4 bilhões.
O resultado financeiro das recuperandas da Oi ficou negativo no último trimestre de 2021, com R$ 10 bilhões. Fora o começo do processo, quando ainda mostrou resultado positivo de R$ 26 bilhões, todos os anos seguintes foram negativos. O prejuízo consolidado no mesmo período do ano passado foi de R$ 8,5 bilhões. Devido à flutuação a média foi de prejuízo de R$ 863,8 milhões.