O Federal Reserve (Fed) indicou nesta quarta-feira (15) que o otimismo com a recuperação da economia norte-americana diminuiu devido ao aumento da incerteza sobre o futuro do coronavírus (covid-19).
Embora a atividade econômica nos EUA tenha aumentado no final de maio e no início de junho, com a reabertura das empresas, um ressurgimento de casos de coronavírus em muitos estados está provocando temores de uma nova desaceleração no país. A Califórnia impôs novamente medidas de bloqueio e o Texas e a Flórida restringiram certas atividades. De acordo com um relatório divulgado pelo Fed, as empresas relataram incerteza sobre a demanda futura em meio aos novos casos da doença.
O relatório, preparado pelo Fed de Chicago, foi baseado em informações anedóticas coletadas pelas 12 instituições regionais, que formam o Banco Central dos EUA, até o dia 6 de julho.
“A atividade econômica aumentou em quase todos os distritos, mas permaneceu bem abaixo de onde estava antes da pandemia do COVID-19”, disse o banco central em sua pesquisa. “As perspectivas permaneceram altamente incertas, pois é discutido por quanto tempo a pandemia do COVID-19 continuaria e a magnitude de suas implicações econômicas”.
As palavras “incerto” ou “incerteza” apareceram 16 vezes no relatório. Isso se deve também ao fato da atividade na maioria dos setores da economia ter permanecido moderada, informou o Fed. Mesmo em indústrias que viram um aumento na demanda, como a produção industrial, o aumento foi de um nível muito baixo ou foi escasso. O setor de energia continuou caindo devido a baixa demanda e excesso de oferta.
O Fed indicou que a economia ainda pode se recuperar em 2020
O presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, James Bullard, afirmou nesta terça-feira (14) que, à medida que os EUA se adaptam à pandemia do coronavírus (Covid-19), é possível que haja uma recuperação sólida da economia e um declínio substancial da taxa de desemprego atual.
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Em uma apresentação ao “Economic Club of New York”, Bullard ainda destacou que as previsões para o segundo trimestre, que sofreram o impacto econômico da pandemia, agora são menos negativas e o mercado de trabalho melhorou mais rapidamente do que o esperado. “As notícias macroeconômicas de maio e junho, divulgadas com atraso, parecem sugerir que abril será o ponto mais baixo da crise”, disse o presidente do Fed.