A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o desastre de Brumadinho, nesta terça-feira (29), se reunirá para a apresentação e discussão do parecer do relator, deputado Rogério Correia (PT-MG).
O texto vai solicitar o indiciamento da Vale (VALE3), além da empresa alemã Tüv Süd por crime ambiental e corrupção empresarial no acidente de Brumadinho. A reunião está prevista para às 14h30.
“Eles agiram em conluio e esconderam dados do governo”, afirmou Correia. “Além de crime ambiental, vão ser indiciados diretores, inclusive por homicídio doloso”.
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O texto solicita o indiciamento por homicídio doloso e lesão corporal dolosa de 22 diretores da mineradora, engenheiros e terceirizados, entre eles o ex-presidente da companhia, Fabio Schvartsman.
Consequências do desastre de Brumadinho
Em 25 de janeiro, uma barragem da Vale na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, se rompeu, matando 252 pessoas. 18 ainda estão desaparecidos. A Vale alega que o reservatória já estava inativo, porém, continha 12,7 milhões de metros cúbicos de rejeito de mineração. Ao perder as estruturas, atingiu funcionários e moradores da região.
De acordo com o relator, na comissão desta terça, ele também denunciará outras 20 barragens que estão com risco de rompimento. Todas elas em Minas Gerais, que também já sofreu com o desastre de Mariana, em 2015.
No dia 21 de outubro, na semana passada, o relator e o presidente do colegiado, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), foram à Berlim para entregar documentos e dados técnicos a autoridades alemãs, com o objetivo de auxiliar no processo de apuração e punição dos responsáveis pelo rompimento da barragem.
No mês passado, a CPI da Assembleia Legislativa de Minas, que investiga o caso, pediu o indiciamento do presidente da Vale por homicídio com dolo eventual. Correia relatou que reuniu em seu relatório o trabalho desta e de outras comissões que foram realizadas para averiguar o colapso da estrutura.
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“Fizemos um trabalho muito conjunto, tivemos a colaboração. Tínhamos muitas peças”, afirmou Correia. O deputado aguarda que o relatório seja aprovado nesta terça, mas disse que outra data já está reservada para votação, no dia 5 de novembro, caso seja feito algum pedido de vista.
Em nota, a Vale afirma que não teve acesso ao relatório final da CPI elaborado pela Câmara dos Deputados.
A empresa diz considerar fundamental que haja uma conclusão pericial, técnica e científica sobre as causas do rompimento da barragem. A Vale afirma que permanecerá colaborando ativamente com as autoridades que apuram as circunstâncias do rompimento em Brumadinho.