Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro Nacional e atual economista-chefe do BTG Pactual, declarou que apesar de a reforma tributária ser um passo relevante para a melhora do cenário nacional, ainda não é suficiente para ‘virar o jogo’.
“A reforma tributária foi aprovada, e agora precisaremos ver a regulamentação. Tivemos mudanças como nos serviços de saneamento, que não pagavam ICMS e ISS e agora passarão a pagar, o que encarecerá as contas”, declarou Mansueto Almeida.
O economista participou do evento Seminário Brasil Hoje, da Esfera, que ocorre nesta segunda (22) em São Paulo.
“A reforma que vem agora aumenta o potencial de crescimento do país. A reforma tributária não vira o jogo, tem mudanças, mas não resolve totalmente”.
Mansueto chamou atenção que é importante estar atentos aos detalhes, e que o Brasil é um país de renda média e com carga tributária de 33% do PIB, de país rico.
“Somos parecidos com a Inglaterra em porcentagem, enquanto o resto da América Latina fica na casa dos 22%”, disse ele.
O economista ainda acrescentou que considera necessário “perder o medo” de debater mudanças na tributação de renda.
Nesse sentido, destacou que no Brasil o Imposto de Renda é cobrado com base no contrato de trabalho, uma ‘jabuticaba’, já que a regra não é aplicada no regramento de nenhum outro país.
Presidente do Banco Master corrobora visão sobre reforma tributária
O presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, endossou as falas de Mansueto durante o painel e destacou que não vê uma redução da carga tributária no curto prazo.
“Eu vejo a questão tributária em dois grandes pontos, sendo o primeiro e mais importante que eu não vejo uma redução da carga tributária no país. A tendência é que sigamos com uma carga alta por bons anos”, declarou.
“Acho que o que pode destravar e fazer a gente virar o jogo seria a simplificação. É mandatório que façamos isso. O segundo ponto é previsibilidade, que é um problema recorrente e que temos oportunidade e precisamos resolver de uma vez por todas”, concluiu sobre a reforma tributária.