O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou que quer uma reforma tributária ampla, rápida e prática. “Temos de cinco a seis meses para fazer isso. Eu mesmo tive que abrir mão de alguns pontos, como a desoneração da folha de salários, para aprovarmos uma reforma rápida. Ou seja, todos continuarão onerados, mas pelo menos a economia voltou a crescer mais rápido”, admitiu – em referencia à proposta de criação de um imposto digital (nos moldes da extinta CPMF) para bancar a desoneração da folha.
Ao participar de um evento realizado pela Coalizão Indústria nesta quinta-feira (27), Guedes afirmou que a reforma tributária só não saiu no ano passado devido à exigência dos governos estaduais em obterem fundos bilionários de compensação.
O ministro afirmou que “a reforma tributária ampla é ideal, mas não às custas da União. Os Estados queriam tirar meio trilhão de reais da União. Eu resisti a entrar em uma reforma tributária suicida, que quebraria a União”. “A União não se deixará assaltar, falamos isso aos governos estaduais”, completou o ministro.
Para o economista, a proposta de paridade entre União, Estados e municípios no controle das receitas é “patética”. “Seria um terço de assentos para municípios, um terço para Estados e um terço para a União. Ou seja, os governos regionais iriam controlar as receita da União, isso é patético”, acrescentou.
Guedes lembrou que a proposta do governo é reduzir em 5% o imposto sobre as empresas, além da redução de tributos sobre a energia elétrica e os combustíveis. “O ritmo de abertura do País acompanhará desenvolvimento interno da indústria. A abertura da economia tem que ser lenta para respeitar parque industrial”, repetiu.
Guedes reafirma que governo não aumentará impostos
Além disso, o economista afirmou que o governo não aumentará os impostos, mas controlará os gastos. “Não vamos subir os impostos, vamos controlar os gastos. Os impostos serão mantidos ou reduzidos. Vamos fechar o déficit com a recuperação econômica. A projeção de déficit neste ano já caiu R$ 100 bilhões. Quem sabe a gente cresce (a economia) 4% ou 4,5% no ano que vem e acabamos com o déficit”.
Mais uma vez, Guedes disse que o governo procura dar nova vocação para Amazônia, com a atração de empresas digitais e da economia verde. “É uma vocação que o mundo exige. Brasil está sendo enxovalhado lá fora, apesar de ter mais energia limpa do mundo”, concluiu.
Com informações do Estadão Conteúdo