O presidente da República, Jair Bolsonaro, deverá ter encontro com representantes de partidos do centrão a fim de discutir os projetos de interesse do governo no Congresso Nacional. Isto inclui a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência. A reunião está sendo articulada pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a pedido do presidente.
O encontro deve ocorrer após o retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil, que retorna de Israel após viagem de três dias. Assim, o presidente deverá encontrar-se com pelo menos cinco siglas a partir de quinta-feira:
- PP
- PSD
- MDB
- PRB
- DEM
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Nestes partidos, a somatória de deputados no Congresso Nacional é 166, ao passo que são 35 senadores.
Em sua campanha presidencial, Bolsonaro havia já havia afirmado a rejeição às cúpulas partidárias. Chamando de “velha política” as articulações para aprovação de projetos.
Contudo, na segunda-feira (1º), o presidente disse à emissora “Record” que receberá parlamentares diariamente, a partir de agora.
“Estou pronto ao diálogo, na medida do possível atendo parlamentares. Alguns acham que estou fazendo pouco. Vamos agora deixar pelo menos meio dia da minha agenda no Brasil para atender deputados e senadores“, contou Bolsonaro.
Quando viajou ao Chile, Bolsonaro afirmou que “alguns não querem largar a velha politica, que infelizmente nos colocou nesta situação bastante crítica em que nos encontramos”, em 23 de março.
Ao passo que Bolsonaro esteve em Israel, a aproximação entre o Executivo e o Congresso Nacional foi consagrando-se. Nesta tarde, de acordo com o “O Globo”, Onyx Lorenzoni deverá receber no Palácio do Planalto lideranças partidárias para discutir a PEC da reforma da Previdência, ao lado de Joice Hasselmann (PSL).
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22 partidos não declararam oposição
Além dos cinco partidos já confirmados que terão diálogo com o presidente da República, Jair Bolsonaro, outros 17 partidos serão abordados para o propósito. O total de 22 partidos são aqueles que não declararam oposição ao governo, e somam 372 parlamentares apenas na Câmara dos Deputados.
O líder do governo na Câmara Federal, Major Vitor Hugo (PSL), afirmou na véspera que há potencial de alcance de uma base de apoio do governo, na Casa.
“Oito [partidos] são claramente de oposição, que somam total de 141 deputados. Os outros 372, de 22 partidos, temos que ver só aquela aglutinação que houve por causa da janela, em função do não cumprimento da cláusula de desempenho, [mas] a partir daí, todos podem ser potencialmente da base“, declarou Major Vitor Hugo, ao chegar no Palácio do Planalto para reunião com Onyx Lorenzoni, na segunda-feira (1º).
A reunião contou também com:
- a deputada Joice Hasselmann (PSL), líder no Congresso;
- e o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), líder no Senado.
Contra o tempo, o governo luta para buscar apoio para votações importantes no Legislativo. Principalmente a PEC da reforma da Previdência. Na Câmara Federal, são necessários 308 votos em dois turnos de votação. Ao passo que no Senado, são necessários 49 votos.
“Houve um momento em que a imprensa e alguns analistas divulgaram como se houvesse uma intenção do governo Bolsonaro de não dialogar com os partidos, mas sim a frentes temáticas. Isso não é verdade, nunca foi uma intenção do governo. Sempre houve a intenção de trabalhar e articular dentro do Congresso com os partidos e mais uma vez vai ficar claro isso”, acrescentou o Major Vitor Hugo.