O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, no evento Expert XP, nesta terça-feira (24) que a reforma do Imposto de Renda não irá ao plenário da Casa nesta semana, como estava previsto.
“Vamos mudar a estratégia, o governo vai entrar. Ficou ratificado que uma convergência é necessária”, disse Lira sobre a reforma do imposto de renda. O presidente da Câmara afirmou que está conversando com quem tem interesse em aprovar dividendos no país e que também irá fazer mais uma rodada de conversa com líderes da Câmara.
“Se houver acordo para votar o texto, votaremos”, disse Lira. “Não iremos especular nenhuma possibilidade esta semana, vamos conversar com tempo suficiente”, acrescentou.
A votação do parecer foi adiada por três vezes, mas a matéria conta com o patrocínio de Lira, que defende o texto.
O presidente da Câmara disse ainda que trabalha para “desmistificar versões” sobre a reforma do Imposto de Renda. Segundo ele, interesses que apareceram no plenário surgiram de forma enviesada e, na verdade, representavam outros beneficiários.
Lira reconheceu que o texto é sensível, difícil, mas não impossível de ser aprovado.
Aos investidores, ele também fez uma defesa enfática sobre o teto de gastos e prometeu que não haverá rompimento da responsabilidade fiscal. “Não vamos praticar irresponsabilidade fiscal”, disse. “O Congresso não deu uma vírgula de possibilidade de que nós fôssemos romper o teto de gastos.”
Reforma Tributária pode ter fatiamento com Imposto de Renda
No fim da semana passada, o ministro Paulo Guedes afirmou que prefere que não ter nenhuma reforma a ter uma proposta que resulte em piora do sistema atual. Ele deu a declaração em audiência pública no Senado.
“Tem muita gente gritando que está piorando, mas é quem vai começar a pagar. Temos que ver mesmo se vai piorar ou não. Se chegarmos mesmo a conclusão que vai piorar, eu prefiro não ter”, disse o ministro da Economia sobre a reforma tributária.
Além disso, o ministro disse considerar impossível fazer uma reforma ampla e que prefere fatiar um texto com a apresentação de diversas propostas sobre pontos específicos.
Mesmo assim, ele prometeu aos senadores apresentar, em 30 ou 60 dias, um texto mais amplo, que abranja a reforma de outros tributos, não apenas do Imposto de Renda. No entanto, impôs condições, como evitar compensações bilionárias da União para cobrir eventuais perdas de estados e de municípios e isenções indevidas para setores empresariais.
Com informações do Estadão Conteúdo