Reforma da Previdência não é suficiente para crescimento, diz Santander
A reforma da Previdência é condição necessária para que o país inicie a retomada de seu crescimento. Entretanto, não é suficiente para melhorar a confiança e voltar a crescer, disse o economista-chefe do Santander Brasil, Mauricio Molon.
O economista-chefe do banco espanhol estava no 8º Encontro Santander da América Latina, em Madri, na Espanha. Em sua apresentação, ele afirmou que a reforma da Previdência é mais urgente para frear a alta acelerada do gasto previdenciário. No entanto, ele afirmou que outras medidas devem ser tomadas em paralelo para surtir efeito no crescimento da economia.
“A reforma da Previdência é condição necessária, mas não é suficiente para o Brasil crescer” afirmou o economista que completou dizendo que “o país precisa avançar em termos de fluxo favorável de notícias”.
De acordo com Molon, a falta de confiança dos investidores e consumidores também contribui para o desempenho fraco da economia nacional. Além disso, o desemprego e a lenta recuperação na concessão de crédito prejudica a retomada.
Para ele, a reforma tributária pode ser considerada até mais importante, porque a aprovação ajudaria a recuperação da confiança, principalmente dos investidores.
Previsões do Santander
O Santander estima um crescimento de 1,3% para este ano. Para o primeiro trimestre o banco havia projetado uma retração de 0,3%, próximos ao recuo de 0,2% divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (30).
Saiba mais: PIB do Brasil tem queda de 0,2% no primeiro trimestre, diz IBGE
Para Molon, embora haja desacertos na política, a economia pode ter uma virada caso o governo consiga a aprovação das reformas.
Tramitação da reforma
A proposta da reforma da Previdência foi entregue ao Congresso Nacional em 20 de fevereiro. A partir disso, o texto já passou a tramitar da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
Aprovado na CCJ, onde foi considerado constitucional, o texto seguiu para Comissão Especial, onde atualmente está sendo analisado. Nessa fase de tramitação, é avaliado o mérito reforma da Previdência. Os deputados podem sugerir mudanças por meio de emendas. Esta comissão tem prazo de 40 sessões para votar o parecer.