Estados e municípios devem ser incluídos na Previdência, diz Mesquita

O economista-chefe do Itau Unibanco, Mario Mesquita, afirmou que se os estados e municípios não forem inclusos na reforma da Previdência não sobrará recursos para investimentos públicos, como saúde, educação e segurança.

“Uma observação sobre a reforma da Previdência é que historicamente 70% do investimento do setor público do Brasil é feito por estados e municípios. Se os estados e municípios não tiverem uma reforma previdenciária significará que provavelmente eles gastarão mais e mais seus orçamentos com gastos correntes da aposentadoria e com isso sobrará menos espaço para investir em setor público”, disse Mesquista aos jornalistas no evento, Macroeconomia em Pauta, promovido pelo Itaú.

Além disso, o chefe-economista mencionou as eleições do ano passado e ressaltou que não houve investimentos devido a situação financeira precária em que os estados e municípios se encontram.

“O processo eleitoral no Brasil possui um fator de freio, que é a incerteza que está inerente em toda eleição, e um fator de aceleração, que é exatamente aquele incremento do investimento público que precede a eleição especialmente em nível subnacional. Isso não aconteceu em 2018 porque os estados estão em situação financeira absolutamente precários, então não conseguiram investir”.

Ademais, o economista do Itaú Unibanco, Pedro Scheneider, afirmou que a inclusão adicionaria uma economia de R$ 288 bilhões em 10 anos.

“Se os estados e municípios entrarem na reforma, eles adicionariam uma economia de R$ 288 bilhões em 10 anos, ou seja, teriam espaço para os municípios gastarem com saúde, educação e segurança. Mas acredito que esse processo vai ter um debate no Congresso”, disse Scheneider.

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PEC paralela pode incluir estados e municípios na Previdência

O ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou a possibilidade de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) alternativa para incluir estados e municípios na reforma da Previdência.

Conforme Guedes, a inclusão dos estados e municípios na reforma da Previdência através de uma PEC paralela poderia impactar a economia em R$ 350 bilhões.

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“Nós estamos falando do Brasil, não é só a União. Se voltam R$ 350 bilhões via Senado, isso é bom para o Brasil, porque estados e municípios também participam desse ajuste que o sistema previdenciário precisa”, explicou.

O ministro falou ainda que a proposta evitaria o retorno do texto para a Câmara dos Deputados. Dessa forma, a aprovação da Previdência poderá ocorrer de forma mais rápida.

Poliana Santos

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