A agência de classificação de risco Moody’s afirmou que redução da taxa básica de juros (Selic) vai estimular o mercado de capitais. A análise foi divulgada nesta sexta-feira (02).
Segundo a Moody’s, a redução de 0,5 ponto percentual na taxa Selic permitirá que diversos setores não financeiros consigam financiamentos sem precisar da intermediação de um banco.
Após o corte pelo Banco Central na última quarta-feira, a taxa de juros do País passou para o menor nível desde o Plano Real. Para a agência, a redução pode ser positiva para diversos setores da economia.
“Setores sensíveis à taxa de juros, incluindo serviços públicos e empresas de desenvolvimento e de projetos em infraestrutura, devem se beneficiar da taxa Selic mais baixa, porque isso ajudará a facilitar o refinanciamento”, afirmou a Moody’s.
No entanto, a análise indica que o desenvolvimento desses setores depende também do crescimento econômico do País.
“A habilidade dessas companhias para se desalavancar vai depender do seu ritmo de crescimento, que é uma função do crescimento econômico do Brasil e da continuidade do suporte regulatório”, diz o relatório.
Além disso, a agência informou que a emissão de debêntures deve continuar em alta nos próximos meses. Conforme o relatório da Moodys, a taxa provavelmente diminuirá para 5,5% até o final de 2020.
Redução da taxa Selic
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu na última quarta-feira (31) reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual. A taxa passou de 6,5% para 6%.
Saiba mais: Banco Central decide cortar taxa Selic de 6,5% para 6%
A redução da taxa Selic ocorreu após 16 meses inalterados. A diminuição de 0,5 ponto percentual surpreendeu os analistas, pois o corte esperado era de 0,25%. Com a decisão, a taxa básica de juros atingiu o menor nível desde 1986.
As principais causas que motivaram essa decisão do Copom estão:
- a desaceleração econômica
- a inflação abaixo da meta
- o corte de juros nos Estados Unidos
O corte na taxa Selic afetará o rendimento das aplicações na poupança e nos investimentos em renda fixa.