Queda no fluxo de IED reduz o número de aquisições chinesas no Brasil
O número de aquisições de empresas chinesas no Brasil caiu pela metade em 2018. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (12) pela agência da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
Segundo o relatório “World Investment Report”, da Unctad, uma das causas da redução das aquisições foi a queda no fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) para o País.
Saiba mais: Investimento estrangeiro direto no Brasil cai 12% em 2018
Com esses novos resultados, o Brasil agora ocupa o sétimo lugar no ranking mundial de captação de IED. Embora o País tenha perdido uma posição, só é superado pela China entre as nações em desenvolvimento.
Os Estados Unidos, a China, Hong Kong, Cingapura, a Holanda e o Reino Unido ocupam os primeiros lugares do ranking. Para a Unctad, o andamento futuro do investimento estrangeiro no Brasil dependerá do progresso das reformas propostas pelo governo de Jair Bolsonaro.
Redução de US$ 6 bi
O fluxo de IED em 2018 foi de US$ 61,2 bilhões, comparado ao montante de US$ 67,5 bilhões no ano anterior. No ano passado, apenas seis aquisições foram feitas por companhias chinesas no País, em relação a doze realizadas em 2017.
Apenas duas atingiram US$ 1 bilhão (cerca de R$ 3,89 bilhões). Elas foram a da State Grid, que comprou por US$ 1 bi as ações que ainda restavam nas mãos de acionistas minoritários na CPFL Energia. E a compra da Syngenta pelo valor de US$ 1,4 bi por parte da ChemChina.
Saiba mais: State Grid teria aceitado reduzir preço da ação em follow on da CPFL
Redução dos IDE em toda a América Latina
Na América Latina, em geral, as entradas de investimento foram reduzidas em 6% no ano passado, ficando em US$ 147 bilhões.
As companhias brasileiras possuem estoque de IED correspondente a US$ 229 bilhões no exterior. Por outro lado, as empresas estrangeiras possuem US$ 684,2 bilhões no Brasil.
Segundo Jamez Zhan, diretor da divisão de investimentos da Unctad, os recursos naturais, a infraestrutura e o mercado consumidor da região podem atrair investimentos. Entretanto, o diretor da agência da ONU afirmou que a região ainda é vulnerável aos choques externos.
A projeção para 2019 é de que os fluxos de IED fiquem estáveis na região por conta da estabilização dos preços de commodities.