Quando o assunto é mercado financeiro, o público das redes sociais mostra mais interesse por publicações sobre produtos de investimento que sobre tópicos gerais do setor. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o IBPAD (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados).
De acordo com a pesquisa da Anbima, as postagens sobre produtos financeiros específicos resultou em engajamento 44,5% maior que os demais.
Segundo Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da Anbima, “cada vez mais, a busca das pessoas é por algum tipo de aconselhamento”.
“Elas querem saber quais as opções de investimento adequadas para elas, como escolher e como investir na prática. Então faz todo sentido que conteúdos que expliquem um produto didaticamente gerem mais audiência e engajamento que a explicações sobre conceitos e dicas de educação financeira de forma mais geral”, completou.
Nesta lista, o produto mais citado pelas redes sociais foram as moedas: em um ano de câmbio volátil e com o real desvalorizado, os perfis se debruçaram sobre este assunto para explicar os movimentos do real em relação ao dólar, euro e demais divisas.
Ao todo, foram 29,2 mil menções nas redes sociais a produtos financeiros relacionados a moedas, 27,0% do total.
Segundo Billi, “o comportamento do câmbio puxou as moedas para o maior número de citações, superando inclusive as ações, que, ao longo do ano, dominaram as conversas dos influenciadores nas redes sociais”.
Na sequência, as ações foram o segundo produto financeiro mais comentado, com 26,5 mil menções ou 24,5% do total, e criptomoedas ficaram em terceiro lugar, com 23,0 mil menções ou 21,3% das menções.
No Twitter, contas relacionadas a criptomoedas foram as que mais cresceram entre os perfis considerados gigantes, com mais de 35 mil seguidores. Criptofácil, por exemplo, com 70,6 mil seguidores, teve um crescimento de 437%.
“As criptomoedas são novidade e despertam muito interesse tanto de investidores mais experientes quanto das pessoas que estão dando os primeiros passos”, comenta o superintendente da Anbima.
Ao todo, os três produtos mais comentados – moedas, ações e criptomoedas – ocupam 72,8% das menções. Dividendos têm 10,6%, FIIs ficam com 5,5%, Poupança, 2,6%, Commodities, 2,0%, CDI, 1,4%, Tesouro Direto, 1,1%, e outros somam 4,0%.
A pesquisa analisou 406 mil posts públicos feitos por 277 influenciadores digitais de fevereiro a dezembro de 2021. As publicações nas redes sociais tiveram um engajamento médio de 1.648 ações dos seguidores, que incluem curtidas, comentários e compartilhamentos.
Tiago Reis é o maior influenciador de investimentos das redes sociais entre os analistas
Tiago Reis, fundador da Suno Research e sócio do grupo Suno, ficou em primeiro lugar entre os analistas que são influenciadores de investimentos. O cálculo considera dados públicos nos perfis de investimentos, como o Instagram, YouTube e Twitter.
No ranking geral, Reis ocupa o sétimo lugar e é o único analista entre as 10 primeiras posições.
A lista é liderada pelo perfil do Economista Sincero. Na sequência estão os perfis de Nathália Arcuri e Bruno Perini. As redes do Me Poupe!, também de Arcuri, e do Primo Rico concluem as cinco primeiras posições do ranking.