Nos últimos meses, a Rede D’Or (RDOR3) vem conversando com potenciais clientes interessados em comprar sua operação de corretagem de seguros, segundo informações do site Pipeline, do Valor Econômico.
De acordo com três fontes ouvidas pelo site, a compra da corretora pela Rede D’or será importante para ajudar no processo de aprovação no Cade da fusão com a SulAmérica (SULA11).
A rede de hospitais adquiriu, ao longo dos anos, pequenas corretoras regionais, cujo valor no total chega a passar de R$ 1 bilhão. Apesar de encontrar algumas resistências dos interessados, esse é o patamar de preço que a Rede D’Or tem negociado.
De acordo com uma fonte ouvida pelo Pipeline, os ativos que estão em discussão não incluem a fatia da empresa na administradora de planos Qualicorp (QUAL3). Atualmente, somente essa participação é avaliada na Bolsa no valor de R$ 654 milhões.
A D’Or vale em Bolsa o equivalente a R$ 65,5 bilhões e a SulAmérica, R$ 10,2 bilhões. A operação entre as companhias iniciou em fevereiro deste ano.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também está averiguando a transação da Rede D’Or com a SulAmérica. De acordo com um executivo, “se desfazer de alguns ativos periféricos seria uma sinalização de disposição e boa fé para os reguladores”, mesmo que os valores sejam bem abaixo comparado ao tamanho da empresa.
A Superintendência de Seguros Privados (Susep) fez a aprovação da operação no mês de agosto.
Rede D’Or (RDOR3): “2º semestre é mais desafiador”
O Itaú BBA divulgou relatório sobre a Rede D’Or, afirmando que a companhia pode enfrentar pressão de ticket médio.
Os analistas cortaram o preço-alvo para as ações da Rede D’Or de R$ 45 para R$ 41, mas mantêm a recomendação de compra.
De acordo a avaliação, a Rede D’Or deve um menor crescimento do ticket médio no segundo semestre de 2022, em virtude das negociações de preços entre a rede hospitalar e seus pagadores – para o BBA, provavelmente levarão mais tempo do que previamente antecipando.
Os analistas destacam que a recuperação da companhia ainda está abaixo das expectativas, e pode ser explicado pelos seguintes pontos:
- Situação financeira desafiadora das operadoras de planos de saúde resultando em negociações;
- Concentração de aumentos de preços abaixo do esperado no 3T22; e
- Maior representatividade de procedimentos de baixa complexidade.
Do lado positivo, o Itaú BBA estima uma boa expansão da margem Ebitda, que virá com a melhora nos custos de compra de materiais e medicamentos, conforme esses custos voltem aos patamares pré-pandemia no quarto trimestre de 2022.
“Enquanto há estimativas mais modestas de curto prazo sobre o crescimento, que pressionam nossas projeções, continuamos vendo a empresa com ganhos impressionantes de taxa anual de crescimento composto (de 49% para 2022-26), com uma TIR (Taxa Interna de Retorno) de três anos consideravelmente maior do que o custo do capital”, diz o relatório.
Nesta segunda (7) as ações da Rede D’or fecharam em queda de 1,8%, cotadas a R$ 32,70.