A Rede anunciou, nesta segunda-feira (16), que ampliará a isenção de taxas na antecipação de pagamentos em dois dias úteis para transações com cartão de crédito à vista aos clientes de todos os bancos.
Antes da alteração, a medida era válida somente para clientes do Itaú Unibanco (ITUB4), controlador da Rede, e do Tribanco. No entanto, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acusou a empresa de pagamentos e sua controladora de conduta anticompetitiva.
A isenção valerá para empresas de pequeno e médio porte com faturamento de até R$ 30 milhões por ano. Dessa forma, a medida atingirá cerca de 98% do setor de varejo do País.
“Essa nova política comercial da Rede desonerou o varejo, além de ter equiparado os prazos de liquidação aos padrões internacionais. Com essa medida, também nos antecipamos e reforçamos o alinhamento à proposta do Banco Central de implantar um sistema de pagamentos instantâneos no Brasil mais robusto e com prazos de liquidação cada vez mais curtos”, afirmou o presidente da empresa, Marcos Magalhães.
Queda das ações da Cielo
Em meio a guerra das maquininhas, as ações da Cielo (CIEL3), uma das principais concorrentes da Rede no Brasil, estão operando em queda. Os papéis da empresa registram baixa de 4,67%, a R$ 8,37, por volta das 16h.
A variação negativa é a maior para um intraday da operadora de cartões desde o dia 30 de outubro.
De acordo com um analista consultado pela agência de notícias Bloomberg, a queda ocorreu pois os investidores estão receosos em relação a um “contra ataque” da Cielo. A medida poderia afetar as margens da empresa.
Cade nega recurso de Itaú e Rede
No dia 27 de novembro, o Cade negou o recurso do Itaú e da Rede, requerido após as empresas serem acusadas de conduta anticompetitiva. As companhias adotaram, de acordo com o órgão regulador, uma estratégia que acirrou a “guerra das maquininhas”.
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O presidente do Cade, Alexandre Barreto de Souza, foi o responsável por desempatar a votação. Na ocasião, Souza estabeleceu um prazo de dez dias úteis para que o Itaú parasse de exigir que os lojistas clientes da Rede tenham conta exclusivamente no banco caso queiram ter direito ao prazo de dois dias para liquidação de compras à vista pagas com cartão de crédito.
Todavia, mesmo com a decisão do órgão regulador, o presidente da rede acredita que a medida será revertida.
“Temos plena convicção de que o resultado final será favorável à Rede, dada a contribuição que esse movimento tem dado ao varejo. É recompensador saber que nossas boas práticas estão movendo o setor em benefício dos varejistas e da sustentabilidade de seus negócios”, afirmou Magalhães.