Fundada em 1938 por imigrantes italianos, o Grupo Raiola pediu recuperação judicial ao acumular uma dívida de R$ 153 milhões. Segundo informações divulgadas nesta sexta (10), o pedido foi aceito pela 3ª Vara de Recuperações e Falências de São Paulo, com tutela de urgência. O movimento ocorre após a Americanas (AMER3) também recorrer à Justiça para conseguir honrar seus compromissos financeiros.
De acordo com a Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de São Paulo, a companhia alimentícia não suportou os impactos da pandemia da Covid-19 e a explosão dos custos de importação de insumos nos últimos anos.
No pedido de recuperação judicial, os advogados argumentaram que esses contratempos fizeram o capital de giro da empresa secar, e o negócio precisou recorrer a empréstimos a juros mais altos, o que dificultou a saúde financeira da companhia.
Além disso, 10% dos créditos vindos das vendas presentes e futuras realizadas pelo Grupo Raiola para seus principais clientes foram penhorados como forma de assegurar o pagamento de pendências fiscais.
Segundo a publicação, a dívida que está sujeita ao pedido de recuperação judicial do Grupo Raiola é de R$ 62,3 milhões, sendo que R$ 43,8 milhões são débitos com bancos como:
- Daycoval: R$ 8,9 milhões;
- Bradesco (BBDC4): R$ 5,7 milhões;
- Banco do Brasil (BBAS3): R$ 3,4 milhões;
Outros R$ 18 milhões representam dívidas com fornecedores e, fora da recuperação judicial, ainda estão mais R$ 91,1 milhões em débitos extraconcursais — a maior parte dessas contas é de natureza fiscal. Na Justiça, o Grupo Raiola é representado pelo escritório Moraes Jr Advogados, enquanto o administrador judicial nomeado foi o AJ Ruiz.
Recuperação judicial em alta
Nas últimas semanas, o assunto recuperação judicial ficou em alta com a explosão do escândalo contábil da Americanas. A empresa vive esse momento delicado com uma dívida avaliada em mais de R$ 47 bilhões.
A OI (OIBR3), que concluiu sua recuperação judicial em dezembro de 2022, já ensaia pedir um novo processo para conseguir quitar as dívidas remanescentes. Atualmente, a empresa conta com uma proteção jurídica contra credores.