BTG revê recomendação para Via (VIIA3), Americanas (AMER3) e Magalu (MGLU3)

As varejistas Via (VIIA3), Americanas (AMER3) e Magazine Luiza (MGLU3) figuram entre as maiores quedas do Ibovespa no ano. O cenário macro do País com alta da inflação, juros ascendentes e forte desemprego é desfavorável para o negócio dessas empresas.

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Mas o BTG Pactual (BPAC11) ainda vê esperanças para duas delas: Magazine Luiza e Americanas. Já para a Via a situação está mais difícil, segundo o banco de investimentos.

Enquanto as ações AMER3 e as ações MGLU3 recebem recomendação de compra, com preço-alvo a R$ 45,00 e R$ 16,00, respectivamente, as ações VIIA3 receberam recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 8,00.

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Tese de investimento para as varejistas:

Via: “Cenário desafiador de curto prazo”

O BTG inicia reconhecendo que, em 2020, a Via evoluiu de um player puro de varejo físico para uma plataforma mais digital e omnichannel, tirando proveito de sua grande base de clientes (28 milhões de clientes ativos), estrutura logística e relacionamento de crédito de longa data com os consumidores.

Porém, o cenário desafiador de curto prazo e suas provisões trabalhistas são barreiras para o crescimento da dona das Casas Bahia e Ponto. Com isso, o banco diminuiu a recomendação da Via de compra para neutro e rebaixou o preço-alvo de R$ 21 para R$ 8.

“Nosso ajuste de rating para neutro é baseado em uma combinação de perspectiva competitiva, superexposição ao segmento de eletrônicos/eletrodomésticos e as incertezas com relação às provisões futuras e monetização de créditos fiscais em seu balanço, o que poderia afetar a capacidade da empresa de investir no crescimento de sua operação”, descreve relatório.

Os analistas ainda acrescentam que o custo de capital próprio mais alto em comparação com o anterior (+ 320 bps) responde por 1/3 da revisão de preço-alvo para a Via.

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Americanas: “Otimização dos investimentos”

Segundo os analistas do BTG, a Americanas ainda tem valor para destravar após a combinação de negócios entre B2W e Lojas Americanas. E não só isso: a reorganização societária entre Lojas Americanas e Americanas também promete boas sinergias, de acordo com o banco de investimentos.

Em agosto, a Americanas já havia anunciado que a combinação de LAME e B2W deveria gerar sinergias de R$ 2,3 bilhões até 2024 (custos ex-fusão), ou valor presente líquido (VPL) de R$ 1,6 bilhão.

Segundo o relatório, esses ganhos estariam relacionados à otimização dos investimentos em frete, marketing e tecnologia, além da estrutura financeira da empresa resultante.

Com isso, a recomendação do BTG para as ações da Americanas é de compra, com preço-alvo de R$ 45.

“No valuation atual, a Americanas é negociada a 0,4x valor de mercado/valor bruto de mercadoria em 2022, implicando um potencial de valorização de 51% para nosso preço-alvo. Também incorporamos o Hortifruti Natural da Terra (HNT) aos nossos números (representando 6% do nosso preço-alvo)”.

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Magazine Luiza: “Potencial diferenciado”

Os analistas do BTG apontam o cenário competitivo do e-commerce no curto prazo e uma base comparativa difícil com o crescimento do ano passado para as varejistas. Porém, no caso do Magazine Luiza, eles veem a empresa com um potencial diferenciado.

O Magalu ainda tem alta penetração do negócio no varejo físico e potencial de consolidação no e-commerce nos próximos anos: “O que significa que o MGLU3 deve superar o mercado”, diz relatório. Além disso, a proposta de múltiplos canais de atendimento aumenta o reconhecimento da marca e atrai vendedores, segundo o BTG.

“Em nossa análise de fluxo de caixa descontado, assumimos que, de 2026 (nosso último ano de projeção) até 2031, o MGLU aumentará seu fluxo de caixa financeiro em 15%, com crescimento de 10% de 2032 a 2036 (em USD e acima do mercado de e-commerce, em linha com a nossa tese de consolidação)”.

Para o curto prazo, ao final de 2022, o BTG diminuiu o preço-alvo da varejista, de R$ 26 para R$ 16 com reiteração da recomendação de compra.

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Monique Lima

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