Segundo a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça, instituições financeiras e as empresas de telecomunicação lideraram a lista dos dados consolidados das reclamações de consumidores em 2020.
O órgão registrou 1,196 milhão de reclamações de consumidores pelo site consumidor.gov.br. Além disso, outros dois milhões de atendimentos foram realizados pelos Procons de todo o país.
Considerando todos os setores, a plataforma da Senacon registou uma alta de 53% no número de protocolos na comparação com 2019.
Segundo membros da secretária, a alta já era aguardada, por conta das medidas de distanciamento e de isolamento social adotadas em quase todo o país. Com as restrições, muitos Procons, alternativa que os consumidores buscam para protocolar suas reclamações, ficaram fechados durante parte do ano.
Bancos são alvos da maioria das reclamações dos consumidores
Bancos e outras companhias do setor financeiro ficaram com 26,8% das reclamações dos consumidores, com destaque para as empresas de crédito consignado, que, sozinhas, registraram 71 mil casos. Cartões de crédito e débito vem em segundo lugar na lista de produtos do setor financeiro que mais geraram problemas.
As companhias de telecomunicação vieram pouco atrás, com 26,6%. Foi destaque também o comércio digital, que ficou no terceiro lugar, com 10% do número total. Impulsionado pela pandemia, o setor e-commerce avançou durante o ano.
Também por conta da covid-19, o quarto lugar ficou para os transportes aéreos, com 5,5% do total dos processos abertos. Com a pandemia, e as companhias sobrecarregadas com as remarcações e com os cancelamentos de voos, as reinvindicações sobre esses serviços saltaram 427% no ano, a segunda maior alta de toda a lista.
O primeiro lugar entre os maiores avanços dos números de reclamações dos consumidores ficou para as já mencionadas empresas de crédito consignado, que viram as contestações avançarem 683%.